Bloco “eclético” leva multidão ao Carnaval na região do Ibirapuera
Com festa que teve de A-Ha a Raça Negra, bloco Vou de Táxi faz alegria de quem procurou um “Carnaval seguro” na zona sul da capital paulista
atualizado
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São Paulo – Quem gosta de música pop se esbaldou ao som de Michael Jackson ou da banda norueguesa A-Ha. Mas quem prefere os ritmos nacionais requebrou ouvindo Raça Negra, Chiclete com Banana e música sertaneja. Não importa o que estivesse tocando, quem foi pular o Carnaval nesta segunda-feira (12/2) nas redondezas do Parque do Ibirapuera, zona sul de São Paulo, curtiu uma tarde de sol e animação ao som do bloco Vou de Táxi em uma festa feita para agradar todos os públicos.
O bloco começou às 11h e, às 15h30, não havia nenhuma expectativa de a festa terminar. Heloísa Oliveira, de 24 anos, juntou as amigas da faculdade de marketing para pular sem previsão de voltar para casa. “Estou amando. Aqui está muito tranquilo, muito organizado”, disse.
O acesso à Avenida Pedro Álvares Cabral, local do desfile, via que dá acesso às entradas do parque, só era feito mediante revista pessoal e com impedimento à entrada de ambulantes. Por isso, quem estava dentro da festa ficava mais “desencanado” com o celular – e foi muito comum ver gente com os aparelhos na mão registrando o momento em fotos.
A professora Cassia Carvalho, de 47 anos, pulou Carnaval ali pela terceira vez desde sábado. “Eu prefiro aqui por causa da organização, da segurança. Não tem tanta preocupação com roubo de celular, essas coisas”. Por isso, nesta segunda, ela havia trazido a filha, a estudante de psicologia Isabella Carvalho, de 22 anos, e o marido, o aposentado Claudio Luiz Jorge, de 63. “Estamos adorando”, disse Isabella.
Há uma semana, o especialista em gestão de riscos Deyvisson Nunes de Paula, de 33 anos, conheceu um grupo de garotas em bloco de pré-Carnaval. No meio da semana, ele chamou o grupo para seu aniversário. Nesta segunda, os novos amigos se reencontraram para curtir o Carnaval juntos – todos combinados de estarem com a mesma fantasia, de bombeiros. “É uma festa ótima”, resumiu.
Tanta organização, porém, frustrou os planos de quem espera, no Carnaval, fazer uma renda extra. A ambulante Iara Elizabeth Lopes de Freitas, de 45 anos, havia feito o cadastro na internet para poder vender cervejas na festa há duas semanas. Moradora de Ferraz de Vasconcelos, cidade no leste da região metropolitana de São Paulo, ela havia ido, na semana passada, até a Lapa, na zona oeste da capital, para buscar sua credencial. Mas, nesta segunda, teve de se contentar com um cantinho fora da área reservada para o bloco para tentar vender suas latinhas.
“Eles alegam excesso de ambulantes e não deixam o pessoal entrar [na área do bloco]. Tem gente que dorme aqui para poder entrar” contou Iara, que trabalha em um buffet e também vende bebidas na porta do Allianz Parque, estádio do Palmeiras, na zona oeste, e na Neo Química Arena, do Corinthians, na zona leste.
Gringo e ritmo africano
Já no centro da capital, local sem o mesmo esquema de segurança, a tarde foi mais “tranquila”, sem megablocos de Carnaval. Embora toda a área do chamado “quadrilátero, que vai da Praça da República até o Viaduto do Chá, também tivessem pontos de acesso, os seguranças não faziam revistas pessoas para permitir o acesso do público.
O mexicano Jose Tovair, de 33 anos, que passa nove dias de férias no Brasil, se dizia encantado com o bloco Afro Pioneiros do Samba Reggae, que desfilou na Rua Coronel Xavier de Toledo tocando tambores, que termina no Teatro Municipal, na frente do prédio do antigo Mappin. “Vim para São Paulo porque é uma cidade grande que queria conhecer. Depois, vou para o Rio”, disse o rapaz, morador da também grande Cidade do México.