Biomédico ligado a Marçal é suspeito de golpe em sobrinho de Alckmin
Dono de clínica responsável por falso laudo usado por Marçal contra Guilherme Boulos (PSol) teria comprado imóvel e repassado a “laranjas”
atualizado
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São Paulo — A Polícia Civil investiga se o dono da clínica responsável pelo laudo falso usado por Pablo Marçal (PRTB) contra Guilherme Boulos (PSol) deu um golpe milionário na compra de uma mansão que pertencia ao sobrinho do vice-presidente da República, Geraldo Alckmin (PSB).
O caso foi denunciado pelo advogado que representou Othon Cesar Ribeiro, sobrinho de Alckmin, na transação do imóvel por R$ 4,3 milhões. Segundo o defensor do empresário, o biomédico usou laranjas para adquirir a mansão, deu calote na compra, e o bem ainda foi repassado para outros testas de ferro.
Em depoimento, o advogado Mauro Bueno de Oliveira, que tinha procuração de Othon, afirmou que Teixeira se apresentou como prestigiado médico do hospital Albert Einstein, que fica próximo da mansão, vizinha também do Palácio dos Bandeirantes, no bairro do Morumbi, na zona sul da capital. O detalhe é que apesar de aparecer em redes sociais com jaleco do hospital, Teixeira nunca foi do corpo clínico do Einstein.
Segundo o advogado, o biomédico assinou o contrato dentro do Einstein e ofereceu outros imóveis como permuta. De acordo com o defensor de Othon, Teixeira foi até mesmo chamado pelo alto-falante do hospital, o que fez com que a negociação fosse rápida. Ele relata que Teixeira indicou o nome de dois adquirentes do imóvel que depois descobriria que eram seus “funcionários”.
O advogado de Othon então contou que os imóveis da permuta nunca foram repassados e que o pagamento pela mansão não foi feito. O imóvel, então, foi repassado para outras pessoas da confiança de Teixeira e que ele nunca teve a intenção de pagar pela casa. O nome de Teixeira não consta na matrícula do imóvel, que foi somente repassado aos tais funcionários dele.
Othon Cesar Ribeiro é filho de Adhemar Ribeiro, cunhado de Geraldo Alckmin. Ele ainda não depôs no inquérito, assim como Teixeira e seus supostos “laranjas”. A Polícia Civil aguarda essas diligências para continuar a investigação.
Essa não é a única investigação pela qual Teixeira responde. Ele já foi preso pela suspeita de corrupção em um hospital de Cajamar, na região metropolitana de São Paulo. Ele acabou denunciado pelo Ministério Público pelo crime em uma ação penal que está perto de ser sentenciada.
Em outro processo, foi condenado pelo uso de diploma e ata de colação falsos para obter o registro de médico.