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Bicheiro suspeito em morte de miliciano contrata ex-ministros do STJ

Adilson Coutinho Oliveira Filho, o Adilsinho, está sob suspeita de mandar matar miliciano; ele conseguiu se livrar de outras investigações

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BICHEIRO ADILSINHO - METRÓPOLES
1 de 1 BICHEIRO ADILSINHO - METRÓPOLES - Foto: Reprodução

São Paulo — O bicheiro Adilson Coutinho Oliveira Filho, o Adilsinho, conhecido pela ostentação com festas em hotéis de luxo, tem sido alvo de diversas operações policiais nos últimos anos. Na mais recente, recebeu um mandado de prisão pela suspeita de mandar matar um miliciano no Rio de Janeiro. Para se defender na Justiça, ele arregimentou um time de peso na advocacia que conta com dois ex-ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ).

No último ano, passaram a integrar a defesa de Adilsinho (foto em destaque) os ex-ministros e agora advogados Jorge Mussi, que antecipou a aposentadoria em 2022, aos 70 anos, e Nefi Cordeiro, que deixou o STJ com apenas 57 anos, bem distante da idade-limite de 75 anos para sair do Judiciário. Mussi, que é criminalista, chegou a ser nomeado interventor da Lojas Americanas em sua recuperação judicial dias após deixar a Corte.

Eles atuaram em inquéritos e habeas corpus de Adilsinho, que é apontado como chefe da máfia do cigarro fluminense, na primeira instância da Justiça Federal do Rio e no Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2), a segunda instância. Ambos não podem advogar no STJ, a terceira instância, em razão da quarentena de três anos imposta a ex-ministros para atuarem como advogados na Corte.

Cordeiro, inclusive, renunciou ao mandato para atuar em um pedido de habeas corpus do bicheiro quando o caso chegou ao STJ. Já Mussi afirma ao Metrópoles que deixou a defesa do bicheiro. “Rescindi o contrato no ano passado, ao que parece, no mês de dezembro”, diz. Questionado se a rescisão foi provocada por falta de pagamento, ele disse que não há “nenhuma pendência”. Ele também negou ter parceria na advocacia com seu ex-colega de STJ.

Copacabana e miliciano

Adilsinho foi alvo de diversas operações da Polícia Federal (PF) e da Polícia Civil do Rio. Na última, em agosto de 2023, era investigado pela suspeita de mandar matar o miliciano Marco Antônio Figueiredo Martins, o Marquinho Catiri, em novembro de 2022.

Antes, o bicheiro foi alvo de operações para investigar seu envolvimento com a máfia do comércio ilegal de cigarros. Em uma delas, também figurava no rol de investigados o filho do ex-governador Sérgio Cabral (MDB).

Fora do noticiário policial, Adilsinho ficou em evidência anos atrás quando deu uma festa de aniversário para 500 convidados no Copacabana Palace, com direito a show do cantor sertanejo Gusttavo Lima. No convite virtual, um vídeo de 36 segundos, a trilha sonora era a mesma do filme O Poderoso Chefão.

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