MPSP rebate pedido de sigilo no caso Biancardi: “Sabia da repercussão”
Em manifestação dura, MPSP se opõe ao pedido de sigilo na investigação do roubo à casa dos pais da influenciadora Bruna Biancardi
atualizado
Compartilhar notícia
São Paulo – A defesa de Eduardo Seganfredo Vasconcelos, de 19 anos, que confessou ter assaltado os pais da influenciadora Bruna Biancardi, em Cotia, na Grande São Paulo, que a Justiça decrete sigilo na investigação do crime.
Na petição, apresentada na quinta-feira (23/11), o advogado do vizinho dos Biancardi alega que a exposição do caso pode colocar o preso em risco e também prejudicar a sua defesa no processo. O pedido, no entanto, não foi bem recebido pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP).
Ao se manifestar, o promotor Filipe Viana de Santa Rosa, da Vara Criminal de Cotia, foi duro e lembrou que os processos só devem ser mantidos sob segredo em casos excepcionais. Segundo afirma, nessa investigação, o sigilo atenderia “a necessidade exclusivamente pessoal” do preso. A juíza do caso ainda não se manifestou.
“O que se encontra presente é o fato de o indiciado pretender utilizar a própria torpeza em seu favor”, escreveu o membro do MPSP.
“O indiciado afirma ter arquitetado, com outros indivíduos, um plano para roubar a residência dos sogros do jogador Neymar”, diz o promotor. “Não sendo inimputável, evidentemente Eduardo sabia da enorme repercussão que causaria a prática de ato criminoso contra pessoas ligadas a um jogador de futebol mundialmente conhecido.”
Assalto aos Biancardi
Eduardo foi preso em flagrante por guardas civis horas após invadir a casa e roubar os seus vizinhos Telma Fonseca Ribeiro, 50 anos, e Edson Ribeiro, 52, pais de Bruna Biancardi, em um condomínio fechado, no dia 7 de novembro. Outros dois comparsas, que participaram da ação, estão foragidos.
As vítimas tiveram as mãos e os pés amarrados por cadarços de tênis e ficaram sob poder dos criminosos por cerca de 25 minutos. Os ladrões ainda ameaçaram jogar óleo fervendo no rosto de Telma e levaram bolsas, relógios e joias de Bruna Biancardi e Mavie, a filha recém-nascida que a influencer tem com Neymar.
Em depoimento, revelado pelo Metrópoles, Eduardo confessou o assalto, narrou detalhes do planejamento, alegou estar arrependido e disse ter sido “influenciado pelos amigos”. Após o flagrante, ele ficou detido na carceragem da Delegacia de Polícia de Cotia.
A defesa pediu que ele fosse transferido para a Penitenciária de Tremembé, no interior paulista, conhecida como a “Cadeia dos Famosos”, onde também estão outros detentos envolvidos em casos de repercussão como Gil Rugai e Alexandre Nardoni.
Na ocasião, o advogado alegou que a família do preso estaria “recebendo ligações de ameaça e tentativa de extorsão” desde que o caso apareceu no noticiário. A transferência, no entanto, foi negada pela Justiça.
Atualmente, Eduardo está encarcerado no Centro de Detenção Provisória (CDP) 2 de Guarulhos, na Grande São Paulo.