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“Bate nele”: mãe grava maus-tratos de funcionárias de creche; ouça

Desconfiada, mãe escondeu gravador na mochila de filho autista, de 5 anos, e comprovou violência sofrida por criança em escola particular

atualizado

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Foto colorida de dorso de criança com uniforme escolar - Metrópoles
1 de 1 Foto colorida de dorso de criança com uniforme escolar - Metrópoles - Foto: Arquivo Pessoal

São Paulo – Em 18 de junho, a autônoma Daiani da Silva Reis, de 30 anos, registrou um boletim de ocorrência, na Delegacia da Pessoa com Deficiência, contra a escola geração 2000, após um gravador, colocado na mochila de seu filho autista, de 5 anos, registrar uma professora e a auxiliar dela praticando maus-tratos com a criança, na zona leste da capital paulista.

Segundo os registros (ouça abaixo) a educadora, identificada somente como Diani, chama o menino de “porco nojento” e incentiva outra criança a bater nele.

Até o momento, ao menos outras quatro mães de aluno afirmam que seus filhos também foram vítimas de maus-tratos na instituição de ensino. Entre as vítimas, há uma menina autista, de 3 anos.

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Menino autista foi alvo de agressões verbais
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Gravador registrou violência contra aluno

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Menino autista foi alvo de agressões verbais

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A Geração 2000 foi questionada pelo Metrópoles, na tarde desta segunda-feira (1º/7). Sua assessoria de imprensa afirmou, por mensagem, que iria encaminhar uma nota. Até a publicação desta reportagem, nenhum posicionamento havia sido enviado. O espaço segue aberto.

Mudança de comportamento

O filho da autônoma começou a estudar na escola particular, na região de Aricanduva, zona leste de São Paulo, no início deste ano.

O garoto é autista e, por causa da neurodivercidade, ainda não fala. Porém, Daiane percebeu que o menino passou a resistir para ir à escola.

Desconfiada, ela resolveu ocultar um gravador, na mochila do garoto. Quando a criança voltou para casa, a desconfiança dela converte-se em certeza: o filho era vítima de maus-tratos.

Áudio

 

“Ao ouvir as gravações, pude identificar a voz da professora Diani chamando [o menino] de ‘porco nojento’ e também orientando outros alunos a ignorar e também a agredi-lo”.

O gravador ainda registrou a auxiliar de classe, identificada como Jeniffer, também xingando e gritando com a criança.

Diante das provas da violência sofrida pelo menino, a mãe deixou de levá-lo à escola em 14 de junho. Em decorrência do trauma, que atingiu toda a família, ela chegou a jogar o uniforme da criança no lixo.

Vômito e choro

A gerente Akauane Kettlen da Silva Teodoro, de 26 anos, também mantinha a filha autista, de 3 anos, matriculada na Geração 2000.

Da mesma forma que Daiane, ela começou a sentir que algo de ruim acontecia com a garotinha, que também não fala, por causa do espectro do autismo.

Quando soube das gravações e sobre o boletim de ocorrência, registrado pela outra mãe, ela também não permitiu mais que a filha fosse para a escola infantil.

Antes disso, ela afirmou que a criança chorava e chegou a vomitar antes de ir para a aula.

“Atualmente, se minha filha vê o uniforme da escola, ou a mochila, ela entra e crise e precisamos acalmá-la”.

Protesto e mais B.O.

Na manhã desta segunda-feira (1º/7), cinco mães de aluno organizaram um protesto, em frente à Geração 2000, com o intuito de chamar a atenção sobre casos de maus tratos sofridos pelos filhos, segundo elas, na instituição.

Durante a manifestação, o marido da proprietária da escola teria ameaçado as mulheres, como consta em um boletim de ocorrência de ameaça, registrado no 69º DP (Teotônio Vilela).

No momento em que registraram o BO, as mulheres aproveitaram para formalizar denúncias de maus-tratos contra a instituição de ensino.

A Secretaria da Segurança Pública (SSP) de São Paulo foi procurada pelo Metrópoles, para enviar atualizações sobre as investigações. Até o momento, nenhum posicionamento foi encaminhado. O espaço segue aberto.

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