Batalhão de choque “caça” PM que agrediu mulher no metrô
Policial militar já identificado aparece em vídeo dando tapas no rosto de uma operadora de telemarketing de 26 anos em estação de metrô
atualizado
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São Paulo —A Polícia Militar procura pelo agente que agrediu uma operadora de telemarketing de 26 anos, sábado (6/4), na Estação da Luz do Metrô, na região central da capital paulista.
A reportagem apurou que o policial, já identificado e afastado por suspeita de homofobia, é do 4º Batalhão de Choque, umas das tropas de elite da corporação. O nome e patente do homem, porém, ainda não foram oficialmente divulgados. Um dos comandantes dele, ainda segundo apuração do Metrópoles, considerou a violência “sem necessidade” além de “vergonhosa”.
Segundo a vítima, ela estava conversando com a esposa, pelo celular, e não tinha visto o PM antes de ser agredida. “Ele me puxou pela camiseta, começou a me xingar e a me dar chutes”, afirmou. A esposa dela teria ouvido o barulho da ocorrência pela ligação.
A postagem foi feita para rebater uma versão, que circulava nas redes sociais, de que a jovem supostamente estaria bêbada e teria xingado o policial. “Olha, é cada uma, viu? Mas a Justiça será feita”, publicou.
Em outro post, a vítima volta a negar que tenha cometido qualquer agressão contra o PM. “Sou uma trabalhadora e jamais agrediria alguém que poderia estar na sua função de proteger pessoas do bem”, disse. “Sabe o que é pior? A dor psicológica que vai ficar.”
Agressão
A jovem também compartilhou o relato de um amigo, que diz ter presenciado a ocorrência. Segundo ele, o PM teria chutado a vítima “diversas vezes”, dado “outros tapas na cara dela” e a chamado de “vagabunda” e “sapatão”.
“Tudo começou por ela estar sentada no chão do metrô”, disse. “Sem falar dos xingamentos que ele falou para ela: ‘Você não quer ser homem? Então tem que apanhar igual homem’”.
A agressão do PM foi flagrada por outro passageiro (veja acima) e as imagens viralizaram nesse fim de semana. Segundo a advogada Ana Marques, que representa a vítima, a jovem ainda estaria com as marcas das agressões e vai realizar exame de corpo de delito nesta segunda-feira (8/4).
“A vítima está muito abalada, muito chateada, muito sensível e em pânico com o que aconteceu”, afirmou. “Ela nunca tinha vivido isso. A gente não pode aceitar tal conduta do policial até porque a gente tem o policial como educador, uma pessoa de respeito.”
PM foi afastado
O afastamento do PM foi confirmado pela Secretaria da Segurança Pública (SSP). “A Polícia Militar instaurou Inquérito Policial Militar (IPM) para apurar as circunstâncias dos fatos”, informou a pasta.
A violência aconteceu no trecho da Linha 1-Azul. Nas imagens, é possível ver a vítima usando bermuda com as cores do movimento LGBTQIA+. Com a repercussão do caso, muitas pessoas associaram a agressão com um ataque homofóbico.
No vídeo, a jovem agredida chega a olhar para a pessoa que está fazendo a gravação e relatar o ataque sofrido. “Acabei de ser agredida aqui, ó. Acabei de ser agredida por aquele policial sem necessidade nenhuma”, diz.