Base de Nunes na Câmara buscará “marçalistas” para garantir maioria
Vereadores que se desgarraram de Nunes na campanha para apoiar Pablo Marçal terão chance de reconciliação
atualizado
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São Paulo – Os vereadores eleitos por partidos da coligação de Ricardo Nunes (MDB) que, durante o primeiro turno, fizeram campanha para Pablo Marçal (PRTB) em vez de para o prefeito, terão chance de perdão em tratativas que devem ser conduzidas pelo presidente da Câmara Municipal, Milton Leite (União), para garantir maioria ao prefeito em um eventual segundo mandato.
Rubinho Nunes e Adrilles Jorge, ambos do União Brasil, os dois “desgarrados”, não compareceram ao encontro promovido pela campanha de Nunes com os vereadores dos 12 partidos da base, realizado no fim da tarde desta terça-feira (8/10), no centro da cidade.
O encontro foi justamente para reforçar o apoio dos parlamentares (e dos futuros vereadores) a Nunes no segundo turno da eleição, que ele disputa contra Guilherme Boulos (PSOL).
Leite (na foto em destaque) afirmou, em conversas com jornalistas após o encontro, que o momento é de agrupar aliados ao redor da eleição do prefeito. No entanto, passada a eleição, com uma eventual vitória de Nunes, ele irá procurar os dois parlamentares para garantir o apoio deles ao prefeito.
A negociação é necessária porque os partidos aliados obtiveram, juntos, 37 assentos na Câmara Municipal, exatamente o número mínimo necessário para a votação de projetos que exigem maioria qualificada dos vereadores – como alterações na Lei Orgânica da cidade.
Leite, que decidiu não concorrer à reeleição, disse ainda que as discussões sobre a eleição da Mesa Diretora da Câmara para o ano que vem só ocorrerão após a definição do segundo turno.
Contudo, o vereador afirmou que fará valer o acordo que Nunes teria assumido com o União Brasil, garantindo ao partido a Presidência da Câmara.
Um dos nomes que vinha sendo cotado para o posto era justamente o de Rubinho Nunes. Aliados do prefeito, contudo, afirmam que ele se inviabilizou após o apoio a Marçal, mas, mesmo que não tivesse ficado do lado derrotado, suas chances seriam remotas – ele esteve no centro de algumas das principais polêmicas da Casa neste ano, como a tentativa de investigação contra o padre Júlio Lancellotti e o projeto de lei que prevê multa para quem der comida a moradores de rua.
Leite fez campanha para dois vereadores do União eleitos em primeiro mandato, Silvão e Silvinho Leite, respectivamente seu ex-chefe de gabinete e o ex-chefe de gabinete da Subprefeitura de M’Boi Mirim, que ele controla. O “Leite” do sobrenome de ambos é um empréstimo do padrinho político – eles não têm nenhum tipo de parentesco.
O presidente da Câmara disse ainda que qualquer vereador, mesmo os de primeiro mandato, tem condições de ocupar a Presidência da Câmara no ano que vem.