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“Barril de pólvora”, dizem funcionários do sistema prisional de SP

Funcionários do Sistema Prisional do Estado de São Paulo falam em caos no sistema prisional. Rebelião em Franco da Rocha acende alerta

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Imagem colorida de pátio de cadeia, lençóis foram usados para formar as letras das palavras "contra repressão PCC" - Metrópoles
1 de 1 Imagem colorida de pátio de cadeia, lençóis foram usados para formar as letras das palavras "contra repressão PCC" - Metrópoles - Foto: Reprodução/GloboNews

Sao Paulo – A causa da rebelião, ainda não explicada, deste sábado (20/7) na Penitenciária I de Franco da Rocha é mais profunda. Duas fontes ouvidas pelo Metrópoles alegam que as trocas de presos com o Centro de Progressão Penitenciária do Butantan deixaram o clima pesado em Franco da Rocha, nesta semana, e que a situação se tornou um “barril de pólvora”. Uma das maiores preocupações dos presos seriam os supostos 20 dias em regime de observação, vulgo isolamento, após transferência.

O Sindicado dos Funcionários do Sistema Prisional do Estado de São Paulo (Sifuspesp) publicou no seu site um texto intitulado que a rebelião “é tragédia anunciada”. A nota também destacou uma escalada da violência contra os servidores.

“E com o assustador número de 18 fugas do regime semiaberto somente entre dezembro de 2023 e maio de 2024, pela primeira vez depois de quatro anos um presídio paulista registra uma rebelião. A situação, longe de ser um ponto fora da curva, é o resultado da inércia de várias gestões do governo estadual, que ignora os alertas e coloca em risco a vida de servidores e da população”, aponta a entidade.

O sindicato destacou dados sobre a escalada da violência, mas não sinalizou as fontes. “Nos primeiros cinco meses de 2024, foram registradas 203 agressões a policiais penais, um aumento de 276% em relação ao mesmo período do ano passado. O número de assassinatos dentro das unidades prisionais quase triplicou no mesmo período, saltando de 5 para 14, evidenciando a perda do controle do Estado dentro de seus presídios.”

“Essa explosão de violência é consequência direta do descaso com a segurança pública. Em junho, o déficit de ASPs (Agentes de Segurança Penitenciária) chegou a alarmantes 33,3%, enquanto a falta de AEVPs (Agentes de Escolta e Vigilância Penitenciária) atingiu 27%. Na prática, a conta não fecha: cada dois servidores desempenham a função de três, resultando em sobrecarga, condições de trabalho insalubres e um ambiente propício para tragédias”, continua o texto do Sifuspesp.

O sindicato culpa a falta de investimento no sistema, a desvalorização dos policiais penais e a superlotação como a receita a situação se tornar um barril de pólvora. “O governo precisa agir rápido para evitar que 2006 se repita. É preciso recompor o efetivo de policiais penais, investir em infraestrutura e equipamentos de segurança”, ressalta.

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