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Bangalô e praia paradisíaca: o luxo dos últimos dias do delator do PCC

Delator do PCC Vinícius Gritzbach passou últimos 8 dias de vida com a namorada em pousada de luxo, com direito a praia particular em Alagoas

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Duas cadeiras de praia, em passarela de madeira, com trilha margeada por grama, a qual dá acesso à praia. Na lateral direita superior, em outro retrato, mulher posa para fora em frente a homem, ambos com roupas brancas - Metrópoles
1 de 1 Duas cadeiras de praia, em passarela de madeira, com trilha margeada por grama, a qual dá acesso à praia. Na lateral direita superior, em outro retrato, mulher posa para fora em frente a homem, ambos com roupas brancas - Metrópoles - Foto: Reprodução/Internet

São Paulo – Antes de ser fuzilado no Aeroporto Internacional de São Paulo, em 8 de novembro na região metropolitana, o delator do Primeiro Comando da Capital (PCC) Vinícius Gritzbach ficou hospedado em um bangalô de luxo privativo, com vista e acesso à Praia do Toque de São Miguel dos Milagres, em Alagoas.

Com diárias que preço médio equivalem ao dobro de um salário mínimo — atualmente de R$ 1.412 — o bangalô escolhido por Gritzbach para passar oito dias com a namorada, a influencer Maria Helena Paiva Antunes teria custado R$ 20.650 , segundo simulação feita pelo Metrópoles, nesta sexta-feira (20/12), no site da pousada.

Projetado para acomodar até três pessoas, o bangalô oferece varanda externa com rede, vista e acesso ao mar, ar-condicionado, TV, e frigobar.

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Praia paradisíaca em frente à hospedagem
Bangalô é indicado para casais
Hospedagem conta com piscina privativa
Preço de diária supera dobra de salário mínimo
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Oito dias no local custaram R$ 20 mil

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Praia paradisíaca em frente à hospedagem

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Bangalô é indicado para casais

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Hospedagem conta com piscina privativa

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Preço de diária supera dobra de salário mínimo

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Na parte externa, “com vista para o paraíso” — como é descrito pela pousada — Gritzbach e Maria Helena tinham disponíveis para o casal, de forma privativa: piscina, mesa de praia, deck com espreguiçadeiras e uma barraquinha de praia.

Localizado no trecho considerado como o mais bonito da Praia do Toque, o mar em frente ao bangalô onde o casal ficou hospedado tem água morna — que banha 1,2 quilômetro de uma faixa de areia branca e “tropical”. O local, segundo a pousada, é ideal para a família e também para casais que buscam “um retiro a dois”.

Vinícius Gritzbach era jurado de morte pelo PCC, facção com a qual teria mantido negócios e desviado dinheiro, além de ser subornado por policiais civis — dos quais seis estão presos, entre eles, um ex-delegado e um ex-chefe de investigações do Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP).

Joias para pagar dívida

Em seu depoimento à Polícia Civil, após o assassinato do namorado, Maria Helena afirmou que, entre os dias 5 e 6 de novembro passado, ouviu Gritzbach conversando ao telefone com uma pessoa que devia dinheiro a ele. “Posteriormente, ele determinou que [o policial militar] Samuel [Tillvitz da Luz] e [o motorista] Danilo [Lima Silva] fossem até Maceió buscar algumas joias que seriam como parte do pagamento dessa dívida”.

Os dois seguranças de Gritzbach ficaram hospedados em outro hotel, menos luxuoso que o do patrão.

Como mostrado pelo Metrópoles, as joias estavam com a vítima no momento do ataque e foram entregues ao DHPP posteriormente.

Instantes finais

Na sexta-feira em que Gritzbach foi assassinado, dia 8 de novembro, o policial militar Samuel Tillvitz foi antes dos namorados ao aeroporto de Maceió, de carro, onde teria despachado a sua arma de fogo. Ele aguardou a chegada do casal Gritzbach e Maria, que foi até o embarque em um transfer, saindo do hotel onde ambos estavam hospedados, por volta das 8h30.

Maria Helena relatou à polícia que o casal estava ciente de que seria aguardado, no aeroporto da Grande São Paulo, por policiais militares que faziam a segurança particular de Gritzbach.

Assim que o avião pousou, em Guarulhos, Gritzbach recebeu um telefonema, no qual foi informado de que o Volkswagen Amarok que faria sua escolta estava com problemas mecânicos.

Segundo os quatro policiais que faziam a segurança privada de Gritzbach naquele momento, devido ao problema mecânico, apenas um deles foi buscá-lo, usando outro veículo, enquanto os outros três permaneceram com o carro quebrado em um posto de combustíveis.

Tiros de fuzil no rosto

Maria Helena destacou ao DHPP que o Amarok contava com nível de blindagem 5, ou seja, absorvia até tiros de fuzil. Já a Trail Blazer que aguardava o casal, acrescentou a namorada, contava com nível 3, ou seja, deixava os ocupantes mais vulneráveis.

Gritzbach, porém, não teve tempo de embarcar no carro blindado. Antes disso, foi alvo de mais de 20 tiros, de três tipos de calibre diferentes, incluindo de fuzil — dos quais 10 o atingiram, sendo dois disparos no rosto (assista abaixo).

 

Ele morreu no local, e os assassinos fugiram no mesmo carro com o qual chegaram. O veículo foi encontrado abandonado, perto do aeroporto.

Armas abandonadas

A namorada afirmou, ainda no depoimento, ter ouvido os tiros e que viu Gritzbach cair. Ela, no entanto, não soube afirmar de onde vieram os disparos, porque fugiu na direção contrária para se proteger.

Dentro do aeroporto, ela ficou com o PM Samuel, que, posteriormente, conduziu Maria Helena até a casa de Gritzbach, onde ela foi procurada pela Polícia Civil, para a qual prestou o depoimento.

No dia seguinte, a Polícia Militar localizou as armas que foram usadas na execução do corretor. Um fuzil AK-47, diversos carregadores e também uma pistola foram achados na rua Guilherme Lino dos Santos, após uma denúncia anônima indicar o local ao 15º Batalhão de Ações Especiais de Polícia (Baep).

Execução

Vinícius Gritzbach foi morto com tiros de fuzil após desembarcar no Aeroporto de Guarulhos, quando voltou da  viagem a Maceió com a namorada. Homens encapuzados desceram de um carro, na área de embarque e desembarque, e começaram a atirar. Foram 29 disparos, segundo a polícia. Além do corretor, o motorista clandestino de aplicativo Celso Araújo Sampaio de Novais também morreu.

Quatro policiais militares eram responsáveis pela segurança de Gritzbach no momento do ataque. Todos foram afastados e são investigados por suspeita de envolvimento no crime. O PM que acompanhou o delator do PCC na viagem a Alagoas disse à polícia, dias após a execução, não ter percebido qualquer movimentação suspeita no aeroporto.

 

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