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Baleia defende marqueteiro ligado a Valdemar na campanha de Nunes

Presidente do MDB, Baleia Rossi defende marqueteiro da campanha de Nunes e diz que estratégia é focar nas entregas que o prefeito tem feito

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Baleia Rossi, Presidente Nacional do MDB, fala em evento. Ele usa camisa azul e segura microfone - Metrópoles
1 de 1 Baleia Rossi, Presidente Nacional do MDB, fala em evento. Ele usa camisa azul e segura microfone - Metrópoles - Foto: Fábio Vieira/Metrópoles

São Paulo – A operação da Polícia Federal (PF) que mirou Jair Bolsonaro (PL) e aliados na semana passada, por causa de um suposto plano de golpe de estado, não abalou a confiança da coordenação da campanha do prefeito da capital, Ricardo Nunes (MDB), no marqueteiro Duda Lima, que é ligado ao presidente do PL, Valdemar Costa Neto, um dos alvos da operação e que chegou a ser preso pela PF.

Duda começou a trabalhar na pré-campanha de Nunes no início do ano passado, em um arranjo para atrair o PL para sua coligação e evitar uma candidatura bolsonarista na disputa pela Prefeitura de São Paulo. Além de Valdemar, o nome do publicitário foi defendido por Fabio Wajngarten, advogado e assessor de Bolsonaro, com quem Duda atuou na campanha do ex-presidente pela reeleição, em 2022.

“O Duda Lima, como estrategista da pré-campanha, tem total confiança do prefeito Ricardo Nunes e da coordenação da pré-campanha. Então, não há nenhuma dúvida que ele continua trabalhando e não há nenhum questionamento sobre a confiança que o prefeito tem no trabalho dele”, disse ao Metrópoles, nesse domingo (12/2), o presidente do MDB, Baleia Rossi, coordenador da pré-campanha de Nunes.

Desde o ano passado, contudo, algumas estratégias atribuídas a Duda na pré-campanha de Nunes passaram a ser questionadas por alguns aliados do prefeito e o marqueteiro virou alvo de fogo amigo. Uma delas seria a forma como Nunes reagiu no início da crise do apagão que deixou mais de 2 milhões de imóveis sem energia, em novembro do ano passado.

Nos primeiros dias da crise, o prefeito chegou a demonstrar uma postura de parceria com a Enel, a concessionária responsável pela distribuição de energia na cidade, antes de passar a atacar a empresa e seus dirigentes por causa da demora no restabelecimento da luz após temporais. As críticas à companhia escalaram a ponto de Nunes procurar o Tribunal de Contas da União (TCU) em Brasília para requerer a rescisão do contrato do governo federal com a Enel, uma estratégia considerada acertada pelos aliados do prefeito.

Defesa do marqueteiro

Ao Metrópoles, Baleia defendeu as ações de Duda Lima no episódio. “Duda Lima teve um papel muito importante no momento em que nós tivemos a crise da Enel em São Paulo e o prefeito foi absolutamente duro, e cobrou a responsabilidade da empresa, porque sentiu a dor do povo paulistano e de todos aqueles que moram em São Paulo”, disse Baleia.

O presidente do MDB, contudo, adotou a mesma postura de Nunes ao ser questionado sobre um possível impacto da operação da PF que mirou Bolsonaro e Valdemar na campanha do prefeito — no fim de 2023, ficou acertado que o ex-presidente não lançaria um candidato bolsonarista na capital e apoiaria a reeleição de Nunes neste ano, com a perspectiva de indicar o vice da chapa.

Assim como Nunes, Baleia desconversou sobre o tema e disse que o foco precisa ser as questões relacionadas a São Paulo. “Vamos focar [a campanha] na gestão do Ricardo Nunes. Está cada dia melhor e com entregas para melhorar a vida de quem vive em São Paulo”, afirmou.

Aliança com o PL

Na semana passada, antes da operação da PF, Valdemar foi a uma reunião na Prefeitura e ofereceu nomes de possíveis vices para Nunes que teriam aval de Bolsonaro. O preferido dos bolsonaristas neste momento é o ex-comandante das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota), Coronel Mello Araújo, que foi diretor da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp) no governo Bolsonaro.

Agora, porém, Valdemar e Bolsonaro estão proibidos de se comunicarem, por uma medida cautelar expedida pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), o que pode comprometer as articulações da aliança traçada pelo prefeito.

Outros partidos aliados de Nunes, como o União Brasil, já viram no atual cenário uma oportunidade para pleitear o posto de vice na chapa do prefeito no lugar de um nome do PL apadrinhado por Bolsonaro.

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