Bala perdida em suposto confronto mata mãe de seis filhos no litoral
Familiares questionam versão da polícia e afirmam que não houve troca de tiros; inquérito foi aberto para apurar conduta dos PMs
atualizado
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São Paulo – Uma mulher de 31 anos, mãe de seis filhos, foi morta após ser atingida na cabeça por um tiro durante um suposto confronto entre policiais militares e criminosos no bairro do Bom Retiro, zona noroeste de Santos, no litoral paulista. Nas redes sociais, familiares e amigos afirmam que não houve confronto e que o disparo teria sido efetuado por um PM de moto. Segundo a Secretaria da Segurança Pública, foi instaurado um inquérito policial militar para apurar o caso.
Edneia Fernandes foi baleada por volta das 18h da última quarta-feira (27/3) na praça José Lamacchia. Ela foi levada para a UPA Zona Noroeste e, depois, transferida para a Santa Casa, mas não resistiu. O óbito foi confirmado na noite dessa quinta-feira (28/3).
A SSP afirma que a troca de tiros teria começado após dois homens passarem pelo local de moto em alta velocidade e ignorarem uma ordem de parada dada pelos policiais. Os suspeitos teriam ainda atirado cinco vezes contra os agentes, que teriam revidado.
Segundo o relato da pasta, os suspeitos teriam conseguido fugir, abandonando a moto e correndo em direção a um beco localizado na praça.
A moto que teria sido usada pela dupla foi apreendida. Os fatos foram registrados na CPJ de Santos.
Embora a morte de Edneia Fernandes tenha ocorrido durante um suposto confronto entre policiais e criminosos, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) não confirmou se ela pode ser considerada a 56ª vítima da Operação Verão — nesse caso, ela seria a primeira mulher a morrer durante a operação.
Questionada expressamente sobre se Edneia é a 56ª morta, a SSP apenas informou que ela foi atingida durante uma perseguição da PM a dois homens em uma moto. “Todas as circunstâncias relativas aos fatos são rigorosamente investigadas pelo 5º DP de Santos e pela Polícia Militar, que instaurou um Inquérito Policial Militar (IPM)”, disse a pasta.