Bagagens em Guarulhos têm de patas de gorila a cabeça de crocodilo
Lista de itens inusitados apreendidos no Aeroporto Internacional de SP, em Guarulhos, inclui patas de gorila e cabeças de crocodilo e raposa
atualizado
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São Paulo – Patas de gorila, cabeças de crocodilo e raposa, múmias de camaleão, insetos vivos e ervas exóticas. Todos esses itens inusitados foram encontrados em bagagens e fazem parte da lista de apreensões realizadas no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, o maior do Brasil, nos últimos anos.
Nesta segunda-feira (12/6), ganhou repercussão o caso de um passageiro, oriundo da Nigéria, que tentou desembarcar em Guarulhos trazendo na mala conchas, patas de gorila e uma cabeça de raposa empalhada. O caso ocorreu em maio do ano passado.
O viajante alegou que usaria os itens em culto religioso. Os produtos foram encaminhados para destruição.
Também é comum a apreensão de “troféus de caça”, normalmente a cabeça do animal abatido no exterior, trazidos na bagagem. Também no ano passado, uma cabeça de crocodilo foi apreendida em Guarulhos de um brasileiro que chegou da Austrália.
As apreensões foram destaques do reality Área Restrita, do Discovery Channel.
Os materiais acabaram interceptados ao passar pela inspeção da Vigilância Agropecuária (Vigiagro). O órgão é responsável por fiscalizar a importação e a exportação de produtos de origem animal e vegetal, que podem causar problemas sanitários, como pragas ou viroses.
Lista bizarra
Com base na lista de produtos proibidos pela legislação brasileira, a apreensão de materiais considerados “bizarros” é comum para os fiscais da Vigiagro que atuam nos terminais de passageiros e nos armazéns de importação e exportação.
Os produtos barrados são de origem diversas. Entre as intercepções “comuns”, estão mudas de plantas e partes de animais, como língua de pato, pé de galinha e cabeça de cordeiro.
Algumas dessas apreensões foram registradas pelo engenheiro agrônomo Antonio da Matta e pelo médico veterinário Cleverson Freitas na página Mala Ilegal, alimentada de 2013 a 2020.
Em nota, a Vigiagro afirma que esse tipo de importação precisa de aval prévio do setor técnico competente que “avaliará os riscos e concederá ou não a autorização, bem como determinará quais as condições para o ingresso”.