metropoles.com

Avanço do mar: litoral de SP testa barreira submersa, muro e vegetação

Cidades do litoral de SP têm adotado desde barreiras submersas até muros e tentativa de preservar a vegetação para conter avanço do mar

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Divulgação/Prefeitura de Mongaguá/Dyego Gonçalves
Imagem mostra muro de contenção em praia - Metrópoles
1 de 1 Imagem mostra muro de contenção em praia - Metrópoles - Foto: Divulgação/Prefeitura de Mongaguá/Dyego Gonçalves

São Paulo Mudanças climáticas e o consequente aumento do nível dos oceanos têm feito com que cidades do litoral paulista tentem traçar estratégias para manter faixas de areia e parte do território, contendo o avanço do mar e minimizando os danos. Barreiras submersas, muros e preservação da vegetação estão entre as iniciativas. Também há projetos de alargamento da faixa de areia, como no caso mais famoso, de Balneário Camboriú (SC).

Segundo o Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo (USP), o mar já subiu ao menos 20 centímetros no litoral de São Paulo desde o início da série histórica, nos anos 1950 – o avanço é substancial. Em novembro, estudo divulgado pela Organização das Nações Unidas (ONU) mostrou que cidades como Santos podem perder mais 5% de sua área habitável até 2050, daqui a 26 anos.

A Prefeitura de Santos diz que, em 2016, tornou-se a primeira cidade brasileira a criar um Plano Municipal de Mudanças Climáticas e que foi escolhida, dois anos depois, para implantação de projeto-piloto em parceria com a Unicamp, com instalação de 49 geobags na Ponta da Praia.

As geobags são sacos em formato de “L” que formam uma barreira submersa com 275 metros de comprimento. O monitoramento aponta que já houve aumento de 8,9 centímetros de altura de areia na área onde eles foram instalados.

A administração também diz que conta com uma série de parcerias e desenvolve projetos em diversas outras áreas para evitar a inundação ao longo das próximas décadas.

A vizinha Guarujá diz que desenvolve o projeto Areia Viva há dois anos e que os estudos, baseados na qualidade sanitária e na movimentação natural da areia de 10 praias, devem ser finalizados até dezembro.

A prefeitura também cita outros projetos, que incluem a preservação do jundu, vegetação típica das proximidades das praias.

Já a Prefeitura de Praia Grande diz também que o sul da orla é mais impactado, mas que a geografia costeira faz com que a cidade não sofra ainda mais com a erosão porque recebe areia de outros locais.

A Prefeitura de Caraguatatuba afirma que monitora a situação nas praias, aponta aspectos negativos do engordamento da faixa de areia e diz que não foram necessárias, até o momento, intervenções desse porte na cidade.

Em São Vicente, a prefeitura diz que faz estudos há seis meses na Praia dos Milionários e que, a partir dos resultados, definirá o que pode ser adotado.

Entretanto, a construção de muros é vista como insatisfatória e soluções como a adotada em Balneário Camboriú também são vistas com cautela, segundo a administração municipal.

Muros

A construção de muros para conter o avanço do mar tem sido adotada em Mongaguá, no litoral sul de São Paulo. Segundo a prefeitura da cidade, está em curso a construção das novas muretas de contenção e vias de acesso às praias.

“As muretas contam com fundações mais profundas e enrocamento, para auxiliar na proteção contra a erosão, provocada pelas ondas. As obras visam aprimorar a resistência das estruturas contra a força das ressacas e marés”, diz a prefeitura, em nota.

Em Ubatuba, a prefeitura diz que está alinhada a uma série de projetos para monitorar e conter a erosão costeira. Também não descarta os muros na tentativa de evitar o avanço do mar.

Entre as ações, a administração municipal destaca a recuperação de um muro de arrimo na Praia do Itaguá, por R$ 1,9 milhão, ainda em processo de adequações do projeto.

Alargamento

Projetos para alargamento da faixa de areia não são novidade no litoral paulista, Em Ilhabela, segundo a prefeitura, isso foi proposto ainda no início do século, em 2001, no bairro do Perequê, na região central, para evitar a erosão costeira, inundação das ruas e dar mais espaço para turistas.

Segundo a administração municipal, o projeto está suspenso por tempo indeterminado, já que houve queda de 50% na arrecadação com royalties do petróleo a partir de 2021 – mais de R$ 1 bilhão deixou de entrar no orçamento desde então.

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comSão Paulo

Você quer ficar por dentro das notícias de São Paulo e receber notificações em tempo real?