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Autoridades irão a Itália em busca de delação de mafioso ligado a PCC

Secretário Nacional de Segurança Pública afirmou que delação de Vicenzo Pasquino pode ajudar a entender funcionamento de facções no Brasil

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Vicenzo Pasquino, mafioso
1 de 1 Vicenzo Pasquino, mafioso - Foto: Reprodução/Estadão

São Paulo — Autoridades brasileiras planejam viajar à Itália para obter informações sobre a delação do mafioso Vicenzo Pasquino, que viveu no Brasil por vários anos. Ele é apontado como o principal elo entre a ‘Ndangheta, máfia da Calábria, e as facções brasileiras Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho (CV).

Em 6 de junho, o chefe da Direção Nacional Antimáfia e Antiterrorismo da Itália, procurador Giovanni Melillo, enviou um ofício ao procurador-geral da República, Paulo Gonet, informando que Pasquino havia decidido delatar.

O secretário Nacional de Segurança Pública, Mário Sarrubbo, disse à TV Globo que a viagem das autoridades brasileiras pode trazer informações fundamentais para o combate ao crime organizado no Brasil.

“Este ofício ele confirma dados com os quais nós já trabalhávamos há algum tempo. O crime organizado é no brasil transnacional. Já existem profissionais da área de Segurança, da Justiça trabalhando que devem, inclusive, se deslocar a Itália. São informações que eu tenho certeza e temos a expectativa de que sejam importantes para a desestruturação dessas organizações criminosas”, afirma Sarrubbo.

O colaborador, que está preso em Roma, contou aos procuradores que era integrante da ‘Ndrangheta desde 2011. Disse que era um “analfabeto” quando se ligou à Ndrina Agresta de Volpiano, clã mafioso de origem calabresa que atua no Piemonte, norte da Itália.

Sua delação promete provocar um impacto na máfia italiana semelhante ao sofrido pela Cosa Nostra nos anos 1980.

Pasquino nasceu em Turim. Ali, se ligou aos albaneses, os quais reencontraria no Brasil, como Leart Gjimaraj, que havia sido preso com 15 quilos de cocaína e de maconha em 2014, escondidos em uma garagem em Turim.

Vida no Brasil

Pasquino veio para o Brasil em 2017 para trabalhar com o envio de drogas para a Itália. Estabeleceu-se primeiro no Paraná e, depois, mudou-se para São Paulo, após a prisão de outros mafiosos que atuavam em parceria com o PCC.

No Tatuapé, zona leste da capital, ele exercia a liderança da Sintonia do Tomate, que cuidava do tráfico transatlântico da facção, coordenando a logística de exportação da droga.

Pasquino comprou dezenas de imóveis e levava vida de luxo. A aliança entre as duas organizações com a Máfia dos Bálcãs para levar cocaína à Europa encheria os cofres da cúpula da facção e de aliados – só o PCC lucraria mais de US$ 1 bilhão por ano com o tráfico.

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