Aumento unilateral da tarifa causa atrito entre Nunes e Tarcísio
Confirmação de reajuste da tarifa de trem e metrô pelo governo Tarcísio às vésperas de passe livre nos ônibus aos domingos incomodou Nunes
atualizado
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São Paulo — O aumento unilateral da tarifa de trem e metrô em São Paulo, confirmado nesta quinta-feira (14/12) pelo governo estadual, causou atrito entre as equipes do prefeito da capital, Ricardo Nunes (MDB), e do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos).
A equipe de Nunes, que defende a manutenção da tarifa de ônibus em R$ 4,40, congelada desde 2020, ficou contrariada com a decisão de Tarcísio em reajustar o preço das passagens de trem e metrô para R$ 5 sem aviso prévio e às vésperas do início do passe livre dos ônibus aos domingos, daqui a três dias.
Nunes foi pego de surpresa com a decisão do governo estadual ao desembarcar em São Paulo na manhã desta quinta-feira, após uma viagem aos Estados Unidos para assinar um contrato com a NFL, liga de futebol americano, para promover uma partida na capital paulista no ano que vem.
O prefeito quer manter o preço da passagem de ônibus congelado em 2024, ano em que tentará a reeleição, e tem defendido a adoção da tarifa zero integral no transporte coletivo municipal, ideia que não agrada Tarcísio — historicamente, as tarifas de ônibus, trem e metrô têm o mesmo valor e são reajustadas juntas.
Já o governador tem dito que é preciso aumentar o valor das passagens de trem e metrô para recuperar a capacidade financeira das empresas — CPTM e Metrô —, que atravessam grave crise por causa da queda do número de passageiros e do congelamento da tarifa há três anos — só o Metrô acumulou prejuízo de R$ 915 milhões entre janeiro e setembro deste ano.
Nunes pretende falar com Tarcísio ainda nesta quinta-feira para discutir uma alternativa ao reajuste do preço das passagens. Até agora, os técnicos da Prefeitura de São Paulo ainda não realizaram nenhum estudo para avaliar o aumento da tarifa dos ônibus.