Auditoria acusa desvio de R$ 5 milhões da Fapesp por ex-funcionária
Suspeita era responsável pela prestação de contas dos recursos repassados e tinha acesso a senhas dos pesquisadores, segundo auditoria
atualizado
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São Paulo – A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) informou que uma auditoria realizada para apurar suspeitas de desvio de verbas encontrou uma transferência de R$ 5.092.925,88 para uma ex-funcionária da Fundação de Desenvolvimento da Unicamp (Funcamp), que prestava serviços ao instituto.
Ligiane Marinho de Ávila, de 36 anos, era responsável pela prestação de contas dos recursos repassados e tinha acesso a senhas e demais informações financeiras dos pesquisadores. Ela é investigada sob suspeita de desviar verbas dos pesquisadores e foi demitida por justa causa em 18 de janeiro deste ano.
A Fapesp disse ao Ministério Público de São Paulo (MPSP) que os R$ 5 milhões são relativos a 75 projetos liderados por 36 pesquisadores. Porém, segundo o jornal Folha de S.Paulo, a instituição não sabe qual o valor que foi aplicado nos projetos e quanto realmente foi desviado.
“No momento, uma auditoria fina está sendo conduzida para esclarecer a questão. Ao mesmo tempo, a Fapesp segue cobrando dos pesquisadores a prestação de contas documentada e os esclarecimentos pertinentes, que são de sua responsabilidade”, afirmou a Fapesp.
Existe uma outra auditoria em andamento, essa realizada pelo Instituto de Biologia da Unicamp, que também constatou um desvio de cerca de R$ 3 milhões.
A universidade afirmou que medidas sobre o caso serão adotadas após a conclusão de uma sindicância interna, que já está em curso. O caso também é investigado pelo 7º Distrito Policial (Cidade Universitária) de Campinas, no interior de São Paulo.
Ligiane Marinho de Ávila foi para a França no dia 19 de fevereiro deste ano e nunca mais voltou ao Brasil. Em nota, o advogado dela, Rafael de Azevedo, afirmou que ela só soube da abertura do inquérito em 29 de maio e que não foi notificada para apresentar sua versão.
Ele disse ainda que procurou a polícia para agendar o depoimento da cliente, mas que a data ainda não foi marcada. Rafael não informou quando Ligiane volta ao Brasil.
A Secretaria da Segurança Pública (SSP) afirmou, também em nota, que “a autoridade policial aguarda a defesa técnica de um dos investigados, que não está no país”.
“A equipe da unidade prossegue com as diligências para esclarecer todos os fatos. Mais detalhes serão preservados para garantir autonomia ao trabalho policial”, disse a pasta.