Em áudio, presidente do partido de Pablo Marçal diz ter elo com PCC
Leonardo Avalanche, presidente do PRTB, partido de Pablo Marçal, diz ter sido responsável por “soltar” traficante André do Rap, líder do PCC
atualizado
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São Paulo — O presidente nacional do PRTB, Leonardo Alves de Araújo, conhecido como Léo Avalanche, disse a um colega de partido, em fevereiro deste ano, que mantém relações com integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC).
A conversa foi registrada em um áudio divulgado nesta quinta-feira (8/8) pelo jornal Folha de S. Paulo.
Na gravação, Avalanche fala com Thiago Brunelo, filho de um dos fundadores do PRTB. O diálogo ocorreu em meio a uma disputa interna do partido, após o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decretar intervenção na sigla.
Principal entusiasta da candidatura do influencer Pablo Marçal à Prefeitura de São Paulo, Avalanche corria o risco de ser destituído do comando da legenda.
O encontro teria ocorrido em um restaurante de beira de estrada em São Paulo. Segundo a Folha, Avalanche tentava mostrar sua influência sobre autoridades da República.
“Não tem o Piauí, de [inaudível]? Não tem o chefe do PCC que está solto? Ele é a voz abaixo”, disse Avalanche, referindo-se ao seu motorista. “Ele nunca mexeu com política. Hoje ligaram para o menino, né, lá dentro da cadeia e falaram: ‘Estou trabalhando pro Avalanche de motorista’”.
Segundo o jornal, o Piauí citado por Avalanche seria Francisco Antonio Cesário da Silva, ex-chefe do PCC na favela de Paraisópolis, zona sul da capital. O motorista do político seria, na versão dele, um aliado do criminoso na facção.
Na conversa divulgada pela Folha, Avalanche ainda afirma ter sido o responsável por “soltar” André do Rap, apontado como um dos principais líderes do PCC, foragido da Justiça desde 2020, quando foi beneficiado por uma decisão do então ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF).
“Eu sou o cara que soltou o André [do Rap]. A turma não sei se vai te contar isso. Esse é o meu trabalho, entendeu? A próxima, agora, a gente vai botar um lugar acima dele. Esse é o meu dia a dia […] Eu faço um trabalho bem discreto”, afirmou Avalanche.
Questionado pelo jornal, Avalanche disse não reconhecer a própria voz na gravação divulgada e negou ter vínculo com o PCC.