Audiência na Câmara de SP discute uso de rios como hidrovias
Estimativa é que 5,7 milhões de moradores da capital paulista vivam a até 3 km de futuras hidrovias e prefeitura recebe propostas e ideias
atualizado
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São Paulo — O Plano Hidroviário de São Paulo terá, nesta quarta-feira (27/11), sua segunda audiência pública para discutir o uso de rios e represas da cidade. A ideia é integrar iniciativas que já estão em desenvolvimento, além de coletar ideias sobre como aproveitar os cursos d’água para transporte em hidrovias e lazer, por exemplo.
A construção de hidrovias nos rios Pinheiros e Tietê estão entre os projetos que podem avançar com a conclusão do PlanHidro, segundo o presidente da SP Urbanismo, Pedro Fernandes.
Levantamento baseado no Censo de 2022, do IBGE, mostra que quase 2 milhões de pessoas vivem a até um quilômetro de uma futura hidrovia em São Paulo. Quando a distância aumenta para três quilômetros, são 5,7 milhões de moradores. “É importante a gente ter a dimensão do impacto para população, ter esse número em mente”, diz.
Por questões técnicas, a implementação do transporte em represas é mais viável em um primeiro momento. Posteriormente, o Rio Pinheiros seria mais adequado e, na sequência, o Tietê. “O Tietê teria dificuldades técnicas maiores, especialmente a qualidade das águas e o calado, a profundidade”, diz o presidente da SP Urbanismo.
Sobre o fato de serem águas poluídas, Fernandes afirma, entretanto, que não é o caso de aguardar a despoluição completa. “A gente tem um pressuposto que é navegar para limpar. Não dá para esperar limpar para navegar”, afirma. O uso para o transporte de carga, como de sedimentos que já estão nos rios, seria uma das primeiras apostas.
Ainda sobre a qualidade das águas, o representante da prefeitura diz que, neste ano, foram realizados três eventos bancados pela iniciativa privada, envolvendo o público, no Rio Pinheiros.
A vantagem em relação ao tempo de deslocamento é maior nas represas do que nos rios. Perto da Billings e da Guarapiranga, é praticamente inexistente a oferta de metrô e trens, por exemplo, enquanto o Rio Pinheiros tem a linha 9-Esmeralda correndo em paralelo.
“Quando se fala em rio, é difícil prever essa mudança de comportamento”, diz. “O que a gente pode afirmar é que está se colocando as estações hidroviárias conectadas às principais estações [de trens]. Santo Amaro é uma delas, Pinheiros e Jaguaré são outras”, afirma.
Previsão
Quando questionado sobre cronograma de implementação ou estimativa de prazo para que algumas ideias já apresentadas saiam do papel, Fernandes diz que há ações em andamento, como o transporte aquático na Represa Billings, decks e parques em represas e rios, o programa Veleja São Paulo, promoção de ecoturismo na zona sul.
“Existe um conjunto de políticas públicas voltadas às águas, mas que, de alguma forma, estavam desarticuladas. O Plano Hidroviário engloba todos eles e tem um objetivo claro, que é orientar o desenvolvimento urbano sustentável a partir das orlas, conectando essas políticas setoriais”, diz.
Audiência
A segunda audiência para discutir o PlanHidro acontece nesta quarta, às 19h, no Hub Green Sampa, na (Centro de Inovação Verde Bruno Covas), na Rua Sumidouro, 580, em Pinheiros. A primeira aconteceu na semana passada, na zona sul. Qualquer cidadão pode enviar sugestões até 1º de dezembro pelo portal Participe+ (participemais.prefeitura.sp.gov.br).