Atleta da USP é vítima de homofobia durante jogos universitários em SP
Atleta ouviu ofensas homofóbicas em jogo de vôlei no sábado (1º/6) contra o Mackenzie, pelos Jogos Universitários de Comunicação e Arte
atualizado
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São Paulo — Um atleta do time de vôlei da Escola de Comunicação e Arte da Universidade de São Paulo (ECA-USP) foi vítima de ofensas homofóbicas durante uma partida de vôlei contra alunos da Universidade Presbiteriana Mackenzie, no último sábado (1°/6). Os estudantes participavam dos Jogos Universitários de Comunicação e Arte (Juca), disputados em Boituva, no interior de São Paulo.
Ao Metrópoles, a vítima, que preferiu não se identificar, afirmou que os ataques começaram no início da partida e eram feitos por uma pessoa da torcida adversária. Segundo ele, gritos como “viado” foram proferidos durante o jogo.
O jovem contou que sempre que ia sacar, o agressor o seguia e disparava as ofensas. Em determinado ponto da partida, a vítima relatou os ataques aos representantes do jogo, que incluíam o presidente esportivo do Mackenzie.
Segundo ele, uma ação só foi tomada quando a agressões verbais foram levadas ao árbitro do jogo. Foi então que o técnico do time adversário chamou a atenção da própria torcida sobre as ofensas.
Após a partida, o presidente esportivo da Atlética Tubamack (coletivo de atletas do Mackenzie) teria questionado a vítima se ela “tinha certeza” de ter escutado os gritos homofóbicos.
A Tubamack chegou a se posicionar nas redes sociais, mas a postagem foi tirada do ar do perfil oficial do grupo nesta quarta-feira. A manifestação admitia a ocorrência de agressões homofóbicas mas dizia que não foi possível identificar o autor dos ataques “pois não ouviu e não sabe quem é”.
O grupo afirmava ter se colocado à disposição da vítima. Porém, à reportagem, o atleta disse não ter recebido apoio da Atlética.
A Tubamack ainda afirmou que repudia qualquer crime “especialmente aqueles motivados por preconceito”.
A ECAtlética (coletivo da ECA) emitiu um comunicado em que cobra a organização dos jogos por punições mais severas para casos de preconceito e agressões.
O Metrópoles procurou a organização do evento, que não se manifestou até o momento da publicação desta reportagem.