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Ataque no Guarujá: ex-vereador levou seis tiros e dirigiu até hospital

Geraldo Soares Galvão estava próximo de suposto líder do PCC quando foi baleado por um desconhecido; em vídeo, ele diz estar se recuperando

atualizado

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Reprodução
Geraldo Soares
1 de 1 Geraldo Soares - Foto: Reprodução

São Paulo – O ex-vereador do Guarujá baleado na noite dessa terça-feira (12/3) durante um ataque a tiros contra um suposto líder do Primeiro Comando da Capital (PCC) divulgou um vídeo, de dentro do hospital, em que agradeceu pelas mensagens de apoio e disse estar em recuperação. Geraldo Soares Galvão, de 61 anos, está internado no Hospital Igesp Praia Grande.

Galvão contou à família que parou para conversar com um grupo de pessoas — entre elas, o suposto integrante do PCC — quando levou seis tiros — nos ombros, barriga, coxa e panturrilha. Mesmo ferido, ele conseguiu ir dirigindo até o hospital.

“Olá, meus amigos e minhas amigas, meus familiares. Estou aqui passando para agradecer as pessoas pela preocupação com a minha pessoa, com as orações. Em breve estarei em casa, pelos poderes de Deus”, afirmou Geraldo Soares no vídeo divulgada nesta quarta-feira (13/3).

Assista:

A Polícia Civil de Santos diz que o alvo do ataque a tiros foi Cristiano Lopes da Costa, conhecido como “Meia Folha”, apontado como um dos líderes do PCC no Guarujá. O homem, de 41 anos, não resistiu aos ferimentos. A suspeita é que o crime esteja ligado a um racha na cúpula da facção.

Segundo o registro da ocorrência, por volta das 20h25, um homem parou sua moto ao lado da lanchonete em que estavam as vítimas e efetuou os disparos. O atirador fugiu sem ser identificado.

“Ele me ligou a caminho do hospital”

João Paulo, filho do Geraldo Soares, confirmou ao Metrópoles que o ex-vereador estava a caminho de um de seus comércios quando viu conhecidos na porta da lanchonete e parou para cumprimentá-los. Instantes depois, o atirador apareceu atirando.

Depois que o criminoso deixou o local, segundo João Paulo, o pai, mesmo ferido, conseguiu dirigir até a unidade de saúde mais próxima, o Hospital Guarujá. Mais tarde, ele foi transferido para o Igesp.

“A gente está muito assustado com o que aconteceu. Mas ele estava muito consciente. Ele me ligou quando estava a caminho do hospital, foi dirigindo até lá”, disse o filho.

Racha no PCC e guerra na Baixada

Autoridades da Polícia Civil da Baixada Santista acreditam que a morte de “Meia Folha” pode estar ligada ao racha na cúpula do PCC.

Moradores da Baixada Santista relatam um suposto “toque de recolher” na região após a morte de “Meia Folha”. Segundo eles, comércios fecharam mais cedo e motoristas de aplicativo teriam sido orientados a parar de circular. Em Santos, pelo menos dois ônibus foram incendiados. O transporte público foi suspenso em diversos bairros.

Policiais ouvidos em reservado pelo Metrópoles especulam que a Baixada Santista pode se tornar palco de uma “guerra” nas próximas semanas.

A morte de “Meia Folha” é a segunda em menos de 20 dias atribuída ao racha na facção. No último dia 25, Donizete Apolinário da Silva foi executado a tiros em Mauá, na Grande São PauloO homem, de 55 anos, era apontado como aliado do líder supremo do PCC, Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, e integrante da chamada “Sintonia Final”, alta cúpula da facção.

O principal motivo para o racha na facção seria o vazamento de um diálogo entre Marcola com policiais penais federais, na Penitenciária Federal de Porto Velho (RO). Na ocasião, o líder do PCC afirmou que o número 2 na hierarquia da facção, Roberto Soriano, o “Tiriça”, era um “psicopata”.

A declaração foi usada por promotores durante o julgamento de Roberto Soriano. O criminoso, que cumpre pena atualmente na Penitenciária Federal de Brasília, junto a Marcola e outros líderes do PCC, foi condenado a 31 anos e 6 meses de prisão, em 2023, por ser o mandante do assassinato da psicóloga Melissa de Almeida Araújo.

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