“Assinatura não é dele”, diz ex-secretária de médico usado por Marçal
Iolanda Rodrigues afirmou ainda que o médico José Roberto de Souza nunca trabalhou na clínica usada no laudo falso contra Guilherme Boulos
atualizado
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São Paulo — Uma ex-funcionária de José Roberto de Souza, médico que consta como o responsável pelo laudo falso contra Guilherme Boulos (PSol) publicado por Pablo Marçal (PRTB) afirmou que não reconhece a assinatura do profissional que consta no documento.
Iolanda Rodrigues disse ao jornal O Globo neste sábado (5/10) que a assinatura do médico é diferente da que aparece junto às supostas informações sobre Boulos.
“Trabalhei 31 anos com o doutor José Roberto. Aquela assinatura não é dele. Ele sempre falava: ‘Faço a assinatura desse jeito porque nunca ninguém vai conseguir falsificar’. Quando vi aquela assinatura, isso veio na minha cabeça e decidi zelar pelo nome dele”, disse Iolanda.
A secretária enviou para a publicação imagens de um certificado de conclusão de um curso que ela própria fez no Instituto de Hematologia e Hemoterapia de Campinas (IHHC), avalizado pelo antigo chefe.
Iolanda disse ainda que o médico, com quem trabalhou por mais de três décadas, nunca trabalhou na clínica Mais Consultas, nome do consultório que está no laudo falso contra Boulos.
José Roberto de Souza, que era hematologista e patologista, morreu em 2022 vítima de câncer. O IHHC era um banco de sangue fundado por ele próprio nos anos 90. O certificado da profissional, que trabalhava como secretária do médico, é de 1996.
Entenda o caso
O candidato à Prefeitura de São Paulo pelo PSol, Guilherme Boulos, pediu a prisão do influencer Pablo Marçal (PRTB) após o adversário divulgar, na noite dessa sexta-feira (4/10), um suposto receituário médico com a informação de que o psolista teria sido internado por uso de cocaína.
No post do influencer aparecia um prontuário da clínica Mais Consultas constando que Boulos teria sido atendido em 2021 na unidade, localizada no Jabaquara, na zona sul de São Paulo, em surto psicótico causado por presença da droga no sangue.
Na decisão, o juiz eleitoral deferiu o pedido em parte. Ele determinou a exclusão do conteúdo das contas solicitadas, mas não pediu uma nova derrubada do perfil de Marçal.
“No entanto, incabível a almejada suspensão liminar de todas as redes sociais do requerido Pablo Marçal (…) em fase processual ainda inicial e em sede de representação por propaganda irregular”, diz o documento.
A postagem já havia sido removida das redes sociais do candidato na noite desta sexta-feira (4/10).