Assassino de costureira dilacerada já mordeu a mãe e incendiou casa
O desempregado Bruno Luis de Oliveira Pinto, de 40 anos, confessou ser o assassino de uma costureira de 65 anos, na casa da vítima
atualizado
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São Paulo – Quase 20 dias antes de espancar, asfixiar e matar uma costureira de 65 anos em Mogi Mirim, no interior de São Paulo, o desempregado Bruno Luis de Oliveira, 40, ateou fogo na casa da própria mãe, de 56 anos, na mesma cidade. Segundo relatado por ela à polícia, o filho também já havia a agredido com mordidas, socos e chutes, em dezembro do ano passado.
Ele foi preso em flagrante, no domingo (3/3), pelo latrocínio (roubo seguido de morte) de Ana Lucia Tozzini, praticado, segundo a polícia, com requintes de crueldade.
O comportamento agressivo do filho, segue o depoimento da mulher, resulta do consumo excessivo de bebidas alcoólicas e drogas, que também provocam agressões verbais. Bruno teria chamado a mãe de “vagabunda, piranha” e “sem vergonha”.
No último dia 24, segundo afirmado pela senhora à Polícia Civil, o filho consumia abusivamente álcool e drogas na casa dela, onde também reside um tio de Bruno, um aposentado de 46 anos, que é esquizofrênico. Por volta do meio-dia, desconhecidos dela chamaram por Bruno, em frente ao imóvel, para cobrar uma dívida.
O criminoso impediu a mãe de se aproximar da janela. Ele trancou a residência em seguida e, de acordo com o depoimento da senhora, ateou fogo.
“Enquanto ateava fogo em toda a casa, Bruno gritava ‘cala a boca, hoje vai morrer todo mundo. Filha da puta, você vai ser espancada se você sair daqui”, afirmou a mãe do criminoso. Ela acrescentou que ele ainda cuspiu no rosto dela.
Quando as chamas começaram a aumentar, vizinhos perceberam o princípio de incêndio e se mobilizaram para apagá-lo com mangueiras. Eles também arrombaram uma das janelas da casa. Foi neste momento em que a mulher conseguiu retirar o irmão esquizofrênico e animais de estimação da casa. Quando Bruno também saiu, “foi duramente linchado” pela vizinhança. Ele fugiu em seguida.
Após registrar um boletim de ocorrência contra o filho, de injúria, ameaça, violência doméstica e incêndio criminoso, a mulher solicitou uma medida protetiva contra Bruno. A reportagem apurou que ele também já foi indiciado por roubo, em outra ocasião.
“Brutalidade”
A costureira Ana Lucia Tozzini, de 65 anos, foi assassinada, segundo registros da Polícia Civil, com “imensa brutalidade e agressividade”, dentro da própria casa, na tarde de domingo (3/3), por Bruno Luis de Oliveira Pinto, que confessou o crime.
Ele amarrou a vítima e a asfixiou, introduzindo na boca dela calcinha, sutiã e “vestes”. A causa da morte ainda é apurada pelo Instituto Médico Legal (IML). O corpo de Ana foi encontrado por familiares, horas após ela ser golpeada no rosto e cabeça, “desfigurando sua face”, segundo policiais que estiveram na cena do crime.
O assassino confesso afirmou que estava embriagado na casa da costureira, para a qual havia solicitado um serviço. Ele, depois de matá-la, furtou itens da vítima e saiu da casa, trancando o imóvel e levando a chave. Ele foi em seguida para um bar.
Como mostrado pelo Metrópoles, Ana pretendia comer minipizzas e pediu para seu assassino ralar queijo sobre discos de massa instantes antes do homicídio.
Uma câmera de monitoramento registrou a movimentação de Bruno na parte externa da residência de Ana. Com base nas imagens, policiais militares começaram a procurar por ele. O desempregado foi encontrado na rodoviária da cidade vizinha de Mogi Guaçu. Ao avistar os PMs, ele teria tentado fugir, sem sucesso
Bruno foi preso em flagrante por latrocínio (roubo seguido de morte). Em audiência de custódia, nessa segunda-feira (4/3), a prisão foi convertida para preventiva, ou seja, por tempo indeterminado, segundo o Tribunal de Justiça de São Paulo.
Procurou amigo após matar costureira
Um auxiliar de serviços gerais, de 29 anos, afirmou ser amigo de Bruno e também morar perto da vítima, a qual conhecia desde a infância.
Segundo seu depoimento, ao qual o Metrópoles teve acesso, o assassino foi até o portão da casa do auxiliar, logo após o crime, onde “começou a chorar” segurando uma garrafa de vinho.
“Ele ficou dizendo que os familiares não o aceitavam por ser gay”, afirmou o amigo. A testemunha acrescentou que o criminoso “estava fora de si”.
O assassino também carregava os sacos de lixo e a mochila com os pertences roubados da vítima.
Em seguida, Bruno pediu para o amigo chamar um Uber. Ele embarcou no carro e foi primeiramente em um bar e depois à rodoviária de Mogi Guaçu, quando foi preso.