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Arsenal em bunker: quem é o CAC suspeito de fornecer armas a facções

Ricardo Oliveira Bekeredjian, de 51 anos, já respondia a um processo da Justiça Federal por tráfico internacional de armas de fogo

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Armas apoiadas em estante preta, lateral direita abaixo, sobre as quais armas sobre mesa preta e, à esquerda, foto de homem branco, cavanhaque grisalho e camiseta vermelha - Metrópoles
1 de 1 Armas apoiadas em estante preta, lateral direita abaixo, sobre as quais armas sobre mesa preta e, à esquerda, foto de homem branco, cavanhaque grisalho e camiseta vermelha - Metrópoles - Foto: Reprodução/Polícia Civil

São Paulo – Preso em flagrante por manter 87 armas ilegais escondidas em um bunker, oculto por um fundo falso de um guarda-roupas (assista abaixo), Ricardo Oliveira Bekeredjian, de 51 anos — que se apresenta como empresário — já respondia em liberdade a um processo, da Justiça Federal, no qual ele é acusado por tráfico internacional de armas.

Ele contava com o registro de Colecionador, Atirador Esportivo e Caçador (CAC). Segundo investigação da Polícia Civil de São Paulo, o documento era usado como “disfarce” para ocultar o fato de ele ser “comerciante de armas ilegais”. Ao todo, conforme levantamento policial, 72 armas estão registradas legalmente em seu nome.

Investigações da 4ª Central Especializada de Repressão a Crimes e Ocorrências Diversas (Cerco) levantaram que o dito empresário mantinha ilegalmente, em um esconderijo subterrâneo, armas de grosso calibre — inclusive modelos usados em guerra — que seriam disponibilizados para criminosos, incluindo de facções como o Primeiro Comando da Capital (PCC), Comando Vermelho (CV) e quadrilhas que praticam o chamado “Novo Cangaço“.

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Armas seriam comercializadas com o crime organizado
Arsenal ilegal era composto também por pistolas e revólveres
Armas usadas em guerra estavam em bunker
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Preso já respondia por tráfico internacional de armas

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Armas seriam comercializadas com o crime organizado

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Arsenal ilegal era composto também por pistolas e revólveres

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Armas usadas em guerra estavam em bunker

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Com base no levantamento policial, dois mandados de busca e apreensão foram autorizados pelo Tribunal de Justiça de São Paulo. Ambos foram cumpridos na segunda-feira (9/12), na casa de alto padrão do traficante, na região de Santo Amaro, zona sul de São Paulo.

No local foram encontradas, primeiramente, 65 armas legalizadas. O arsenal ilegal, porém, estava oculto em um depósito subterrâneo, na casa vizinha, a qual pertencia à mãe de Ricardo, que morreu há cerca de seis anos.

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“Inocentes morrem”

“Esse poderio armamentista [apreendido] passaria às mãos de criminosos, que extremamente bem armados, tomam cidades e inocentes morrem nessas empreitadas criminosas. Eles usam armamento de guerra, cedidos por pessoas como esse indivíduo [Ricardo]”, afirmou ao Metrópoles o delegado Ronald Quene, responsável pela investigação do traficante em território paulista.

O policial acrescentou que “não convém” falar que Ricardo seja colecionador. “Ele mantinha 87 armas ilegais em um bunker. Nada justifica essa conduta. Certamente ele venderia esse armamento para pessoas envolvidas em crimes”.

Preso pela Polícia Federal

Ricardo Oliveira Bekeredjian foi preso em flagrante, junto com Eduardo de Sousa Teixeira, quando ambos trafegavam ilegalmente com munições e fuzis, desmontados, na região da Ponte da Amizade — usada para atravessar a fronteira entre o Paraguai e o Brasil, via Paraná. Para dissimular a carga ilegal, eles transportavam caixas de som e anabolizantes, como consta em documento da Justiça Federal.

Apesar disso, Ricardo conseguiu relaxar a prisão, após pagar fiança de R$ 50 mil.

Em 18 de setembro de 2007, ele também foi preso, em outra ocasião, tentando embarcar com 30 mil dólares, não declarados, em um voo que iria partir do Aeroporto de Congonhas, na zona sul paulistana, para Foz do Iguaçu, cidade paranaense que faz fronteira com o Paraguai — país estratégico para  o crime organizado fazer o transbordo de armas e drogas.

A defesa de Ricardo, não foi localizada pelo Metrópoles, o espaço segue aberto para manifestações.

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