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Armas foram pedido de traficantes, diz chefe da Polícia Civil do Rio

Segundo Marcus Vinícius Amim, as metralhadoras seriam usadas em disputas de território com milicianos na zona oeste do Rio de Janeiro

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1 de 1 Imagem colorida mostra metralhadoras recuperadas pela Polícia Civil do Rio de Janeiro; armas foram furtadas do exército em São Paulo - Metrópoles - Foto: Reprodução/Polícia Civil

São Paulo – O novo secretário de Polícia Civil do Rio, Marcus Vinícius Amim, afirmou na noite desta quinta-feira (19/10) que as armas furtadas do Arsenal do Exército em Barueri, na região metropolitana de São Paulo, foram “encomendadas” por traficantes do Rio de Janeiro.

Segundo ele, que está em seu primeiro dia no cargo, as metralhadoras seriam usadas em disputas de território com milicianos na zona oeste da cidade. A Polícia Civil do Rio de Janeiro recuperou, na tarde desta quinta-feira (19/10), 8 das 21 metralhadoras do Exército, 4 .50 e outras 4 MAGs, calibre 7,62.

Os agentes da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) descobriram que as armas deixaram a Rocinha e foram enviadas para a comunidade Gardênia Azul, na zona oeste da capital fluminense.

“As armas foram adquiridas pela facção para serem usadas na disputa de território na zona oeste, onde elas foram recuperadas. Nós identificamos, junto com a inteligência do exército, os traficantes que adquiriram essas armas em nome da facção. Agora estamos tentando identificar os criminosos que subtraíram as armas”, disse Amim.

Oferta ao Comando Vermelho

De acordo com o portal g1, parte das armas furtadas do Arsenal do Exército em Barueri, na região metropolitana de São Paulo, teria sido oferecida ao Comando Vermelho, a maior facção criminosa do Rio de Janeiro.

 

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Furto de armas

O furto, que teria ocorrido entre os dias 5 e 8 de setembro, foi revelado pelo Metrópoles na semana passada. Os criminosos levaram 13 metralhadoras calibre ponto 50, capazes de derrubar aeronaves, e oito calibre 7,62.

As armas tinham sido deixadas em uma Agrale Marruá, que estava estacionada na garagem do quartel do Comando Militar do Sudeste. O armamento teria sido utilizado na Operação Agulhas Negras 2023, treinamento realizado no Vale do Paraíba entre os dias 18 e 29 de setembro.

Por causa do desvio das armas, cerca de 480 militares ficaram aquartelados para investigação interna desde o último dia 11. O isolamento contribuiu para que o comando conseguisse ouvir depoimentos e afunilar o número de possíveis envolvidos no crime. A maioria da tropa foi liberada na terça-feira (17/10).

Parte do armamento furtado é capaz de derrubar helicópteros e aviões sem blindagem e atingir alvos a uma distância de até 2 quilômetros. Vídeo (veja abaixo) mostra metralhadora ponto 50 em uso.

 

Maior desvio desde 2009

Levantamento do Instituto Sou da Paz mostra que o furto das armas no Arsenal de Guerra do Exército, em Barueri, foi o maior desvio de armas registrado pelas Forças Armadas desde 2009.

Até então, o maior registro de desvio de armas era em março daquele ano, início da série histórica do Sou da Paz. Na ocasião, sete fuzis foram levados do 6º Batalhão de Infantaria Leve, em Caçapava, também em São Paulo. Os armamentos foram recuperados depois.

O levantamento também mostra que 27 armas do Exército Brasileiro foram desviadas, ao todo, no período entre 2015 e 2020. Nesse recorte temporal, o Amazonas é o estado com o maior sumiço (10 armas), seguido do Rio de Janeiro (cinco) e Roraima (três).

No mesmo período, a Marinha teve 21 armas desviadas e a Aeronáutica, seis.

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