Armamento da GCM sumiu de armário de chave simples e sem câmeras
Sete revólveres e 19 pistolas aptas para uso continuam desaparecidas; Prefeitura de Cajamar nega que o local era desprotegido
atualizado
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São Paulo —O armário que armazena o arsenal da Guarda Civil Metropolitana (GCM) de Cajamar, na região metropolitana de São Paulo, de onde 26 armas desapareceram em março, é resguardado apenas por uma porta de metal com fechadura simples e um cadeado, e fica em um local de acesso livre dos inspetores da corporação.
As informações estão no Boletim de Ocorrência, registrado na Polícia Civil na última terça-feira (9/4), quase três semanas depois que um guarda que cuida da vigilância do local notou o sumiço de sete revólveres do armário, numa sexta-feira (22/3).
O guarda esperou a segunda-feira seguinte (25/3) para reportar o desaparecimento ao inspetor da GCM. O superior, então, fez uma recontagem das armas e descobriu que, além dos revólveres, outras 19 pistolas tinham sumido.
Ao todo, 26 armas aptas para uso e com o brasão e o nome da GCM estão desaparecidas. O BO ainda afirma ainda que, no momento do sumiço, o local não era monitorado por câmeras de segurança.
Procurada pelo Metrópoles, a Prefeitura de Cajamar negou que o local era desprotegido. Em nota, ela disse que “o setor de armaria onde o armamento estava armazenado segue os padrões de segurança”.
Segundo a nota, “apenas três agentes da Guarda Municipal possuíam autorização de acesso ao setor de armaria”, e o depósito, diferente do que foi registrado no BO, “tinha cinco portas, incluindo duas com grade reforçada e cadeados”.
Ainda assim, a prefeitura disse que “reconhece a necessidade de aprimoramento e, após o incidente, a municipalidade providenciou a instalação de câmeras de segurança no setor de armaria para reforçar a segurança do local”.
Arsenal de Guerra de Barueri
O sumiço de armas da GCM de Cajamar se assemelha ao furto de 21 metralhadoras do Arsenal de Guerra de Barueri, subordinado ao Comando Militar do Sudeste, em outubro de 2023. Na época, o sumiço das armas só foi registrado um mês depois do desparecimento, que teria acontecido no mês de setembro.
Nesta quinta-feira (12/4), a Polícia Civil do Rio de Janeiro prendeu dois homens ligados ao Comando Vermelho suspeitos de negociar o armamento. Além deles, a Justiça Militar tornou réus oito pessoas por envolvimento no caso — quatro militares e quatro civis.