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Aprovado por cotas na USP em 2018 agora é rejeitado por comitê

Estudante, bacharel em educação física pela USP, teve sua matrícula em direito suspensa após análise da comissão de heteroidentificação

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Reprodução/Arquivo Pessoal
Imagem colorida mostra homem com uma camisa clara sorrido com a mão no peito; ele é um cotista que teve a matrícula rejeitada pela USP pela regra das cotas - Metrópoles
1 de 1 Imagem colorida mostra homem com uma camisa clara sorrido com a mão no peito; ele é um cotista que teve a matrícula rejeitada pela USP pela regra das cotas - Metrópoles - Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal

São Paulo — O estudante Pedro Felipe Carvalho Vaz, de 28 anos, se autodeclara pardo e teve sua matrícula para o curso de direito recusada pela Universidade de São Paulo (USP), após não atender os critérios estabelecidos pela comissão de heteroidentificação da faculdade. Pedro se formou em educação física pela própria USP em 2021 e, segundo registros matriculares, adentrou à instituição de ensino por meio do sistema de cotas da época.

Em 2024, o Pedro foi aprovado pelo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), mas teve sua matrícula cancelada pois, segundo a comissão de heteroidentificação da USP, “não cumpre os requisitos necessários” para ser um beneficiado pelo sistema de cotas.

Ao Metrópoles, o estudante afirma não entender a decisão da bancada: “Eles me viram pela câmera por alguns segundos e depois me excluíram… Eu fiz o recurso falando que eu era pardo e eles simplesmente mandaram que eu não me enquadro dentro dos critérios deles” afirmou Pedro Felipe Carvalho Vaz.

Posicionamento da USP

Segundo a assessoria de imprensa da USP, a comissão de heteroidentificação foi criada em 2023 para “impedir as fraudes às políticas afirmativas” e que antes desse período, a avaliação das cotas era feita somente a partir de autodeclarações de Pretos, Pardos e Indígenas (PPI).

O estudante afirma que em 2018, ao registrar sua matrícula pela primeira vez na instituição, entregou sua autodeclaração a membros do movimento negro, que, se a julgasse fraudulenta, poderia denunciar o aluno à faculdade, resultando assim em seu desligamento.

A USP nega a existência de qualquer tipo de bancada com essas pessoas para recolher os materiais.

O reitor da USP, Carlos Gilberto Carlotti Junior, afirmou em entrevista concedida à Mônica Bergamo, colunista do jornal Folha de S. Paulo, que existe um debate para “corrigir e aprimorar” o atual sistema de cotas da faculdade. Ainda segundo o material, a primeira medida deve ser a mudança da entrevista virtual para uma realizada presencialmente.

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