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Após suicídios, chefe do MPSP anuncia mudanças em programa de saúde

Ao Metrópoles, servidores do MPSP denunciaram casos de assédio moral e sexual; em um ano, três funcionários da instituição se suicidaram

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Governo do Estado de São Paulo
Mario Sarrubbo, homem branco e grisalho, de barba grisalha, usando gravata vermelha, camisa branca e paletó preto
1 de 1 Mario Sarrubbo, homem branco e grisalho, de barba grisalha, usando gravata vermelha, camisa branca e paletó preto - Foto: Governo do Estado de São Paulo

São Paulo — Após três servidores do Ministério Público de São Paulo (MPSP) se suicidarem em menos de um ano e funcionários relatarem ao Metrópoles casos de assédio moral e sexual dentro do órgão, o procurador-geral de Justiça, Mario Sarrubbo, anunciou a remodelação de um programa de “saúde e bem-estar” para os integrantes da instituição.

“Como não me canso de dizer, as pessoas são o maior ativo da nossa instituição e é fundamental que quem cuida da população, como nós fazemos, também receba cuidados”, disse o chefe do MPSP em vídeo divulgado na sexta-feira (28/7).

Apesar do anúncio, Sarrubbo não divulgou quais serão as alterações no programa, lançado no ano passado após o suicídio de um servidor no edifício-sede do MPSP, no centro da capital paulista, e que prevê convênios com outras instituições para atendimento psicológico e psiquiátrico de funcionários.

Em menos de um ano, outros dois servidores do MPSP também tiraram a própria vida — um deles durante o expediente — e um quarto tentou se matar nas imediações do edifício-sede da instituição, mas foi contido por policiais.

Segundo Sarrubbo, as mudanças no programa voltado para a saúde dos funcionários serão apresentadas na sexta-feira (4/7), durante palestra de Wagner Gattaz, professor de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP).

“Um ambiente de trabalho ainda mais acolhedor fará do Ministério Público uma instituição mais forte e quem ganha com isso, lá na ponta, é o cidadão”, disse Sarrubbo.

Cultura do assédio

O MPSP se propôs a avaliar a implementação de uma política de cuidado à saúde mental na instituição após uma reunião, em junho, com duas entidades nacionais. O encontro ocorreu após o Metrópoles publicar reportagem exclusiva com relatos de servidores que apresentaram histórias de assédio moral e sexual dentro da instituição.

Os relatos apontam para uma rotina de intimidação, xingamentos, ameaças, sobrecarga de trabalho, desvio de função, falta de acolhimento a quem procura ajuda, omissão dos superiores e punição aos denunciantes.

Na ocasião, Sarrubbo disse em nota que a reportagem “não expressa a realidade” e declarou que os denunciantes “atacam a instituição”.

Ao Metrópoles, servidores disseram que a fila para atendimentos psicológicos era de meses de espera e que a única psiquiatra que atendia os funcionários pediu demissão em janeiro. Procurado, o MPSP disse em nota que a contratação de um psiquiatra seria prioridade para o segundo semestre deste ano.

Auxílio-saúde

Nos comentários do vídeo divulgado por Sarrubbo na sexta-feira, servidores cobraram um auxílio-saúde similar ao de membros do MPSP — promotores e procuradores de Justiça.

Na semana passada, o MPSP reajustou o auxílio-saúde de servidores em valores que chegam a até R$ 750. Já o mesmo benefício, para os membros, pode chegar a 15% dos vencimentos deles.

Em nota, o movimento Nenhum Servidor a Menos, criado para denunciar casos de assédio no MPSP, observou que o salário-base médio de um membro é R$ 35 mil, e que com isso ele pode receber um auxílio-saúde de até R$ 5,6 mil.

“Com a mudança, o valor do auxílio-saúde dos membros se torna maior do que o salário de muitos servidores”, diz a nota.

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