Após oficializar apoio a Boulos em SP, PMB expulsa irmãos Weintraub
Decisão é para não causar “desconforto relacionado aos ataques que Weintraub fez a Boulos no passado”, diz presidente municipal do PMB
atualizado
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São Paulo – O Partido da Mulher Brasileira (PMB) pediu nesta terça-feira (6/8) a expulsão do ex-ministro da Educação do governo de Jair Bolsonaro (PL) Abraham Weintraub e de seu irmão, Arthur.
O presidente municipal do partido, Rodrigo Fazito, disse que a decisão serve para não causar nenhum “desconforto relacionado aos ataques que Weintraub fez a Boulos no passado”.
A legenda anunciou no fim de maio que apoiaria o candidato do PSol à Prefeitura de São Paulo e oficializou a aliança nesta terça-feira.
Segundo Fazito, houve uma discussão interna após Suêd Haidar, presidente do diretório nacional, selar aliança com Guilherme Boulos em evento.
Parte da sigla defendia o apoio a Tabata Amaral (PSB). A deliberação, que contou com discussões e pedidos de recontagem dos votos, terminou com 55 votos favoráveis a Boulos contra 33 para Tabata.
“A gente achou melhor investir na campanha da majoritária e abrir mão dos vereadores”, afirmou o presidente municipal.
Ex-ministro da Educação no governo Jair Bolsonaro (PL) e atualmente filiado ao PMB, Abraham Weintraub foi chamado de “imbecil” por Boulos em 2021. Na ocasião, Weintraub havia feito comentários racistas sobre chineses em meio à pandemia de Covid.
Weintraub, inclusive, havia manifestado o desejo de concorrer à Prefeitura paulistana este ano. No entanto, o partido decidiu apoiar o psolista em evento que ocorreu em um hotel nos Jardins, na região central da capital.
Candidato a deputado federal pelo PMB em 2022, Weintraub recebeu apenas 4.057 votos e não foi eleito.
Trajetória polêmica
Ministro da Educação de Bolsonaro entre 2019 e 2020, Weintraub foi exonerado do cargo após se tornar alvo de inquéritos no Supremo Tribunal Federal (STF) por chamar os ministros da Corte de “vagabundos” e pelos comentários racistas sobre chineses.
Ao deixar o governo, ele se mudou para os Estados Unidos e entrou no país com passaporte diplomático ao se identificar como ministro, mesmo tendo sido exonerado antes.
Indicado pelo governo Bolsonaro, virou diretor-executivo do Banco Mundial, onde permaneceu no posto até 2022, quando decidiu retornar ao Brasil para concorrer a governador de São Paulo.
Sem o apoio do ex-presidente, que lançou o também ex-ministro Tarcísio de Freitas (Republicanos), atual governador, ao governo paulista, Weintraub rompeu com Bolsonaro e passou a criticar publicamente o antigo aliado.
Em fevereiro deste ano, Weintraub foi demitido da Unifesp, onde era professor do Magistério Superior, após um processo administrativo disciplinar da Controladoria-Geral da União (CGU) apontar que ele teve 218 faltas injustificadas ao serviço entre 2022 e 2023.