Após furto de 54 notebooks, diretor de Etec é afastado novamente
Furto de notebooks foi descoberto em dezembro, quando Mauro Gut estava afastado por improbidade;
atualizado
Compartilhar notícia
São Paulo – Após a descoberta do furto de 54 notebooks de uma escola técnica na zona sul de São Paulo, o Centro Paula Souza, que administra a Etec, determinou um novo afastamento do diretor da unidade, Mauro Araujo Gut. Dessa vez, por 180 dias. A decisão foi publicada no Diário Oficial nessa quarta-feira (31/1).
O desaparecimento dos notebooks na Etec Jornalista Roberto Marinho, em Cidade Monções, revelado pelo Metrópoles, foi descoberto em dezembro. Na época, Gut estava afastado por suspeita de envolvimento em um esquema de desvio de verbas a partir do agendamento de aulas falsas.
Em 12 de dezembro, a diretora interina, Priscila Ribeiro Brustelo de Souza, registrou um boletim de ocorrência sobre o furto dos notebooks. À polícia, ela diz que percebeu o sumiço ao pedir para um funcionário ir até o depósito e pegar uma das máquinas para configurar uma impressora.
Um dos funcionários relatou à diretora que o antigo chefe da Diretoria de Serviços, departamento que cuida de questões administrativas da unidade, teria alertado ao antigo diretor do colégio, Mauro Gut, sobre o sumiço dos equipamentos em julho. E que ele, no entanto, não tomou providências.
Funcionários ouvidos pelo Metrópoles em reservado dizem que os notebooks furtados foram recebidos pela Etec entre 2021 e 2023. Segundo os funcionários, de agosto para cá, o depósito em que eram armazenados os notebooks passou a ser um local de “extrema restrição”, que era acessado por pessoas ligadas à diretoria.
Afastado do cargo de diretor, Mauro Gut continuará recebendo o salário de R$ 22.360,12.
Suspeita de improbidade
O afastamento de Mauro Gut, em outubro, se deu por suspeita de improbidade administrativa. O chefe da Diretoria de Serviços e três professores também foram afastados. A decisão do Centro de Educação Tecnológica Paula Souza, que administra a Etec, atendeu a um pedido do Ministério Público de São Paulo.
O grupo é acusado de envolvimento em um esquema de desvio de recursos que funcionava a partir do agendamento de aulas que não aconteciam. A diretoria é acusada de incluir na grade de horários dos alunos disciplinas para as quais não havia professor.
De acordo com a denúncia, isso criava o pretexto para o agendamento de aulas falsas de reposição online, que deveriam ocorrer por meio da plataforma Teams, e os professores substitutos designados recebiam os repasses referentes às aulas inexistentes.
As suspeitas são corroboradas pelo ponto eletrônico dos professores, que indica que eles não trabalhavam nas datas e horários previstos para as disciplinas. O processo corre em segredo de Justiça.