Após furto de metralhadoras, Exército troca diretor do Arsenal de SP
Rivelino Barata de Sousa Batista foi exonerado do cargo; ele dá lugar Mário Victor Vargas Junior como novo diretor do Arsenal de Guerra
atualizado
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São Paulo – O comandante do Exército, Tomás Miguel Miné Ribeiro Paiva, exonerou do cargo, nesta sexta-feira (20/10), o diretor do Arsenal de Guerra de São Paulo, Rivelino Barata de Sousa Batista (foto de destaque), diante da descoberta do furto de 21 metralhadoras por criminosos. A decisão foi publicada no Diário Oficial da União.
Nessa quinta-feira (19/10), oito metralhadoras foram recuperadas pela polícia no Rio de Janeiro, onde elas tinham sido negociadas com traficantes.
Diante da descoberta, o comandante do Exército já havia antecipado que iria exonerar o diretor do Arsenal de São Paulo. Como substituto, Paiva nomeou o coronel Mário Victor Vargas Junior. O furto do armamento de guerra foi revelado pelo Metrópoles.
Antes de serem desviadas, as armas estavam em um local chamado de Reserva de Armamento, destinado a equipamentos que vão ser destruídos, segundo o Exército. Diariamente, militares responsáveis pela fiscalização do arsenal conferem o cadeado e o lacre do espaço – mas não fazem a contagem das armas.
Pelas regras do Exército, nenhuma arma pode ser retirada da Reserva de Armamento ou sair do quartel sem autorização. Segundo a instituição, a última movimentação no local foi registrada no início de setembro. No dia 5, militares retiraram algumas armas de lá para usá-las em exercícios de instrução de soldados. Elas foram devolvidas no dia seguinte.
É por esse motivo que o Comando Militar do Sudeste acredita que o furto das metralhadoras aconteceu a partir do dia 6 de setembro.
Armas encontradas
As armas foram interceptadas na Gardênia Azul, na zona oeste do Rio de Janeiro. A apreensão de 4 metralhadoras .50 e outras 4 MAGs, calibre 7,62 foi feita por agentes da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE), da Polícia Civil do Rio de Janeiro.
Parte das armas furtadas do Arsenal do Exército em Barueri, na região metropolitana de São Paulo, teria sido oferecida ao Comando Vermelho, a maior facção criminosa do Rio de Janeiro.
Esse tipo de armamento, que pesa cerca de 50 quilos, é capaz de derrubar helicópteros e aviões sem blindagem e atingir alvos a uma distância de até 2 quilômetros, de acordo com o especialista em segurança pública Bruno Langeani, gerente do Instituto Sou da Paz.