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Após citar responsabilidade, Lula nega ter sido eleito para superávit

Segundo o presidente, ele foi eleito para “cuidar” das pessoas mais necessitadas; Lula diz não se preocupar com os problemas dos banqueiros

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1 de 1 Imagem colorida mostra Luiz Inácio Lula da Silva fazendo sinal de joia - Metrópoles - Foto: Ricardo Stuckert – PR

São Paulo — O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse, na tarde desta sexta-feira (5/7) em Diadema, no ABC Paulista, na Grande São Paulo, que não foi eleito para “fazer superávit”, mas para “cuidar” de pessoas em situação de vulnerabilidade social.

“Uma criança que tem uma família preparada, um pai e a mãe mais formado, ela consegue aprender em casa muita coisa. Mas na periferia não é assim. Muitas vezes, as pessoas têm dificuldade de ter até o que comer. E o Estado tem de cuidar”, disse Lula.

“Lamentavelmente, eu sei que tem muita gente que gostaria que todo o dinheiro público fosse canalizado para o superávit primário, eu sei que muita gente gostaria que os banqueiros não tivessem nenhum problema de dinheiro. Mas não é essa a minha preocupação. Eu fui eleito para cuidar do povo mais necessitado deste país”, afirmou o presidente.

A fala encerra uma semana que começou tensa, com disparada do dólar diante de incertezas no cenário internacional, o conflito de Lula com o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e dúvidas acerca da disposição de Lula manter compromissos fiscais assumidos pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

Segundo Haddad, Lula concordou com um corte de R$ 25,8 bilhões no orçamento do ano que vem, o que acalmou mercados e fez o dólar recuar. Lula, na parte da manhã, havia feito nova defesa da proteção dos investimentos sociais, dizendo que ele faria investimentos de forma “responsável” e que seu governo não iria “quebrar”.

Lula estava em Diadema para visita obras do Centro Educacional Unificado (CEU) da cidade. Diadema é a única cidade do ABC Paulista, seu berço político, comandada por um petista (José de Filippe). Os CEUs são uma marca de administrações petistas da capital, surgido a partir de 2000 na gestão de Marta Suplicy (PT).

A obra, em Diadema, está sendo construída com R$ 90 milhões em recursos vindos do governo federal e foi projetada para receber 18 mil estudantes. A promessa é que o complexo educacional fique pronto até dezembro. Filippi deve disputar a reeleição — se vencer, será seu quinto mandato na cidade.

Lula estava acompanhado dos ministros Alexandre Padilha (Relações Institucionais), Luiz Marinho (Trabalho e Emprego), Camilo Santana (Educação) e Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar), além de parlamentares petistas.

Foi a segunda agenda ligada a inaugurações da Educação feita por Lula na Grande São Paulo nesta sexta. Pela manhã, o presidente inaugurou o novo campus da Universidade Federal de São Paulo, em Osasco, um complexo que deve atender 1,4 mil alunos.

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