MTST apaga post polêmico com Jesus crucificado e frase “bandido morto”
Movimento diz que coordenação nacional avaliou que publicação era “inapropriada” e reafirmou seu respeito às religiões cristãs
atualizado
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São Paulo — Cinco dias após publicar uma montagem que atribui a frase “bandido bom é bandido morto” a três soldados romanos que assistem à crucificação de Jesus Cristo, o Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) apagou o post e se retratou sobre o caso.
Em nota publicada no X (antigo Twitter), o MTST afirma que a coordenação nacional do movimento se reuniu nesta quarta-feira (3/4) e concluiu que a publicação foi inapropriada.
“A coordenação considera que a postagem foi inapropriada e por isso foi deletada de suas redes. Reafirmamos o respeito às religiões cristãs e o compromisso com a liberdade de manifestação religiosa”, diz o texto.
A nota afirma ainda que o MTST repudia o que chamou de “uso político” da publicação por lideranças bolsonaristas.
O post feito na Sexta-Feira Santa foi criticado por nomes como o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o prefeito da capital paulista e pré-candidato à reeleição Ricardo Nunes (MDB), que associaram a publicação ao pré-candidato à Prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos (PSol).
Bolsonaro compartilhou uma notícia sobre o caso no Instagram e colocou uma foto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e de Boulos ao fundo, com a música “Somos socialistas”, de Bandiera Rossa.
Já Nunes também citou o nome do rival na disputa paulistana e classificou o post como “um sacrilégio”. “Essa turma do Boulos só ataca a tudo e a todos. Estou indignado”, disse.
No sábado (30/3), o deputado estadual Danilo Balas (PL) protocolou uma denúncia no Ministério Público de São Paulo (MPSP) contra o MTST, solicitando a investigação de possível crime de indução e incitação ao preconceito religioso.
O MTST chegou a responder às criticas nas redes sociais: “A falta de interpretação da imagem e da mensagem desse post é de se impressionar”, disse o grupo na noite de sexta-feira (29/3).
Ao comentar o caso nesta terça-feira (2/4), Boulos disse que “não faria” post semelhante.
“Eu não faria. Uma sátira social em cima de uma questão tão delicada, como é a questão da fé das pessoas e sentimentos religiosos, sempre vai gerar interpretações que podem ser distorcidas, e foi o que aconteceu”, disse ele na tarde dessa terça-feira (2/4) ao deixar uma reunião com vereadores do PT e do PSol na capital.
Antes, o deputado federal tinha criticado Nunes por associá-lo à postagem. Boulos foi coordenador do MTST no passado.