Após 40 dias, Tarcísio encerra operação que matou 28 no litoral de SP
Governo Tarcísio de Freitas anunciou nesta terça-feira (5/9) o término da Operação Escudo, deflagrada no litoral de SP após morte de PM
atualizado
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São Paulo — O secretário estadual da Segurança Pública, Guilherme Derrite, anunciou, nesta terça-feira (5/9), o fim da Operação Escudo, deflagrada há 40 dias no litoral paulista, após o assassinato de um policial militar da Rondas Ostensivas Tobias Aguiar (Rota), e que deixou ao menos 28 mortos na Baixada Santista.
A operação é alvo de investigação do Ministério Público de São Paulo (MPSP) e contestada por órgãos como a Defensoria Pública e o Conselho Nacional de Direitos Humanos, que já pediam o fim da ação ostensiva da Polícia Militar no litoral paulista por causa de denúncias de torturas e indícios de execução.
O governo Tarcísio de Freitas (Republicanos) nega os abusos. “Nos laudos do IML (Instituto Médico Legal), nenhum aponta sinais de execução. Que houve tortura, nenhum laudo aponta hematoma, queimadura de cigarro ou algumas informações que tivemos de que indíviduos tiveram a unha arrancada”, disse Derrite.
O secretário celebrou os números atingidos pelas polícias durante os 40 dias de operação do litoral — foram 958 pessoas presas, sendo 382 foragidos, 117 armas ilegais e 967 kg de drogas apreendidas.
“Nesse diapasão, enceramos a Operação Escudo e continuaremos a Operação Impacto. Essa vai seguir até o início da Operação Verão, porque a Baixada não pode ficar sem o reforço do policiamento”, afirmou o secretário.
Nesta terça, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) confirmou a 28ª morte da Operação Escudo: um jovem de 19 anos que foi baleado em uma suposta troca de tiros com PMs na segunda-feira (4/9), no Guarujá.
A operação foi deflagrada logo após o assassinato do soldado da Rota Patrick Reis, de 30 anos, em 27 de julho. Ele foi baleado no tórax com um tiro de pistola 9 mm durante patrulhamento na comunidade Vila Zilda, no Guarujá. Outro PM, que estava na mesma viatura, acabou sendo ferido na mão. Foi o primeiro assassinato de um policial em serviço da Rota, a tropa de elite da PM paulista, desde 1999.
Dias depois, a polícia identificou e prendeu todos os suspeitos de envolvimento na morte do PM. Autoridades policiais ligadas à investigação afirmaram ao Metrópoles que partiu da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) a ordem para que Erickson David da Silva, apontado como autor do disparo que matou o policial, se entregasse.