Após 1º turno, Lula defende rediscutir papel do PT: “Fomos mal em SP”
Presidente Lula lamentou derrota em Araraquara e admitiu que “se dedicou pouco” na campanha de Guilherme Boulos na capital
atualizado
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São Paulo — O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), disse nesta sexta-feira (11/10) que é preciso “rediscutir” o papel eleitoral do partido com base no resultado do primeiro turno das eleições municipais deste ano. Lula disse que o partido foi mal em São Paulo e que, apesar de ter eleito mais prefeitos do que em 2020, os resultados ficaram concentrados no Nordeste.
No último domingo (6/10), o PT elegeu 248 prefeitos em primeiro turno, 66 a mais do que há quatro anos. O partido continua na disputa do segundo turno em 13 cidades. Entre elas, quatro capitais: Fortaleza, Porto Alegre, Natal e Cuiabá.
Em entrevista à rádio O Povo/CBN, Lula disse que, em Araraquara, o partido tinha “certeza” que ia ganhar. Na cidade, o candidato Dr. Lapena (PL) derrotou Eliana Honain (PT), apoiada pelo atual prefeito, Edinho Silva (PT).
“Temos que rediscutir o papel do PT. Hoje 80% dos prefeitos foram eleitos em cinco estados, todos do Nordeste. Tivemos boa participação no Rio Grande do Sul e em Minas Gerais ganhamos as que já governamos, mas não fomos bem em São Paulo. Perdemos São Bernardo do Campo, Santo André, perdemos inclusive Araraquara, onde tínhamos certeza que íamos ganhar. Estamos no segundo turno em Mauá e Diadema”, afirmou.
Na capital, o candidato apoiado pelo PT, Guilherme Boulos (PSol), enfrenta o atual prefeito, Ricardo Nunes (MDB). Lula disse que confia na vitória do aliado, apesar da vantagem do adversário apontada pelos institutos de pesquisa. Pesquisa Datafolha divulgada nessa quinta-feira (10/10) mostrou Nunes com 55% das intenções de voto, e Boulos com 33%.
“Ele tem duas semanas para convencer as pessoas. Eu, se puder ajudá-lo, vou ajudá-lo”, afirmou o presidente.
Acusado de se engajar pouco na campanha de Boulos, Lula admitiu que “se dedicou pouco”.
“Essa eleição eu tive uma participação mais acanhada, porque eu sou o presidente da República, eu tenho uma base no Congresso Nacional muito ampla. Em São Paulo eu me dediquei um pouco, fui duas vezes, porque lá é uma briga que está estabelecida entre lulismo e bolsonarismo”, afirmou.
“Tivemos um problema no 1º turno, é difícil convencer o petista a votar 50 ou outro número. Eu gravei pro Boulos dizendo que quem está habituado a votar 13 precisa votar 50 na cidade de SP”, acrescentou.
Quase 50 mil paulistanos anularam o voto para prefeito nas eleições deste ano por digitar o número 13, do PT, na urna eletrônica.