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Apontado como chefão do PCC na Cracolândia, Leo do Moinho é denunciado

Leo do Moinho e outras dez pessoas foram denunciados por organização criminosa, tráfico de drogas e violação de comunicação radioelétrica

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Leo do Moinho
1 de 1 Leo do Moinho - Foto: Reprodução

São Paulo — Leonardo Monteiro Moja, apontado como coordenador do tráfico de drogas na Cracolândia, e outras 10 pessoas foram denunciadas pelo Ministério Público de São Paulo por envolvimento com o núcleo do Primeiro Comando da Capital (PCC) na Favela do Moinho, comunidade no centro da capital onde a facção controlaria a região.

Os investigados vão responder por crimes como organização criminosa, tráfico de drogas, associação com tráfico, violação de comunicação radioelétrica e lavagem de dinheiro.

“Os denunciados ocupam posições bem definidas, possuem atribuições e responsabilidades que asseguram a estabilidade da organização GAECO criminosa e o cometimento do crime de tráfico de drogas e outros correlatos”, dizem os promotores na denúncia.

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Olheiro observa movimentação
Equipamento usado para monitorar frequência da polícia, conhecido como "vassourinha"
MPSP identificou ao menos três pontos onde ficam vigias do PCC
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Apresentado nessa segunda-feira (19/8), o texto tem como base a investigação sobre os diferentes núcleos do “ecossistema de crimes” da Cracolândia, que resultou na Operação Salut et Dignitas, deflagrada no último dia 6 de agosto por promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).

“A comunidade conhecida como ‘Favela do Moinho’ é um verdadeiro ‘quartel-general’ de todo ecossistema criminoso na região central de São Paulo, servindo não só como abastecimento de entorpecente, mas também como um centro de comando do domínio territorial exercido pelo Primeiro Comando da Capital”, diz a denúncia.

Leonardo Monteiro Moja, conhecido como Léo do Moinho, seria “a maior liderança do PCC na região central” e responsável por orquestrar os demais denunciados.

Entre eles está Janaina da Conceição Cerqueira Xavier, apontada como “peça fundamental” na organização criminosa vinculada ao PCC. Ela seria a “disciplina” da facção na região, responsável por punir quem descumprir as determinações do comando central.

Três familiares de Leo do Moinho também foram denunciados: Raquel Maria Faustina Monteiro Moja, Jeferson Francisco Moja Teixeira e Alberto Monteiro Moja, apontados como aliados na coordenação do tráfico de drogas na região central.

Os denunciados Valdecy Messias de Souza e Paulo Márcio Teixeira são acusados de comercializarem rádios transmissores codificados na frequência dos órgãos de Segurança Pública. Com os equipamentos, os criminosos conseguiam se antecipar à chegada de policiais militares e guardas civis metropolitanos. Valdecy foi preso na operação realizada no último dia 6/8. Para os promotores, ele é integrante do PCC.

Favela do Moinho

O sistema de “antenas” do PCC posiciona vigias, também chamados de olheiros, em pontos estratégicos da favela, a qual fica nas proximidades dos trilhos que cortam a região central da cidade, entre os bairros Barra Funda, Luz e Brás, estrategicamente nas cercanias da Cracolândia.

A investigação do Gaeco identificou que olheiros da favela se posicionam, ao menos, em três pontos, usando como codinome o local do qual monitoram a movimentação.

A entrada da comunidade, onde há uma bananeira em frente ao acesso, é o principal lugar no qual os criminosos usam o rádio, buscando informações das polícias. Além de captarem a frequência das autoridades, os olheiros também informam, por rádio, as movimentação de viaturas.

Outro ponto identificado é chamado de “do gás”, por estar perto de uma distribuidora de gás. Lá, os criminosos relatam, em tempo real, a movimentação de viaturas da PM e GCM pela Alameda Barão de Piracicaba e Avenida Rio Branco.

Milícia

Os promotores do Gaeco denunciaram no último dia 15/8 quatro guardas civis municipais investigados por supostamente extorquir comerciantes e moradores da região da Cracolândia.

De acordo com o MPSP, investigações apontaram que os denunciados exigiam, “de forma indevida”, dinheiro de empresários, como uma “taxa de proteção” contra eventuais ataques de dependentes químicos da região. Foi, inclusive, encontrada uma lista de pagamentos feitos pelas empresas aos GCMs. Nela havia indicação de data limite para que o depósito do dinheiro fosse feito.

Em uma das contas financeiras analisadas, o Gaeco constatou a movimentação de mais de R$ 240 mil.

Os promotores responsáveis pelo caso também obtiveram áudio que dizia que caso algo acontecesse com algum dos comerciantes pagantes, 18 guardas civis seriam imediatamente destacados para fazer a segurança do local, o que, segundo o órgão, revelou a prestação de serviços de segurança privada durante o plantão do serviço público.

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