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Apoio de Bolsonaro é “deixa” para Marta e mina adesão de Tebet a Nunes

Marta Suplicy e Simone Tebet integraram frente ampla contra Bolsonaro em 2022 e não devem apoiar Nunes em aliança com o ex-presidente

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Beto Barata/Agência Senado
Fotografia colorida mostra Simone Tebet e Marta Suplicy - Metrópoles
1 de 1 Fotografia colorida mostra Simone Tebet e Marta Suplicy - Metrópoles - Foto: Beto Barata/Agência Senado

São Paulo – O apoio de Jair Bolsonaro (PL) à reeleição do prefeito da capital, Ricardo Nunes (MDB), dado como sacramentado por aliados do ex-presidente, afugentará do palanque do emedebista duas aliadas com quem Nunes esperava contar nas eleições de 2024: Marta Suplicy e Simone Tebet.

Secretária de Relações Internacionais de Nunes e apontada como uma conselheira política do prefeito, Marta tem na aliança entre ele e Bolsonaro a “deixa” ideal para desembarcar da gestão do emedebista e integrar o palanque do deputado federal Guilherme Boulos (PSol), principal adversário de Nunes na disputa pela Prefeitura de São Paulo.

A ex-prefeita de São Paulo já foi sondada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para retornar ao PT e ser a vice de Boulos na chapa, mas ainda não se manifestou publicamente sobre o assunto – o que tem deixado petistas esperançosos e Nunes apreensivo.

Quando se desfiliou do PT, em 2015, Marta rompeu relações com diversos caciques, incluindo o próprio Lula, e criticou a legenda publicamente diversas vezes. A reaproximação ocorreu durante o governo Bolsonaro e, em 2022, contra a reeleição do então presidente, ela decidiu apoiar o petista.

Para aliados de Marta, não faria sentido que ela mantivesse o apoio a Nunes, por quem tem apreço pessoal, se ele estiver disposto a dividir o palanque com Bolsonaro — segundo aliados do ex-presidente, ele deve indicar o candidato a vice na chapa do prefeito.

Bolsonaro também afasta Tebet de Nunes

Correligionária de Nunes, Simone Tebet se vê em situação semelhante por ter feito parte de uma frente ampla contra Bolsonaro, tido papel relevante na campanha de Lula no segundo turno em 2022 e por integrar, atualmente, o governo petista como ministra do Planejamento.

Na ocasião das eleições, Tebet havia terminado o primeiro turno em terceiro lugar, com 4,16% dos votos, e tornou público o seu apoio a Lula horas após o MDB anunciar neutralidade na disputa.

A própria Marta, que foi senadora pelo MDB junto de Tebet, desempenhou papel importante na aproximação da emedebista com a campanha de Lula. Foi na casa da ex-prefeita, por exemplo, que o petista se reuniu com Tebet em um almoço para selar a aliança.

Diferentemente de Marta, Tebet não pretende anunciar apoio a Boulos ou a qualquer outro candidato na disputa à Prefeitura paulistana. Como justificativa, de acordo com um assessor, ela deve citar o fato de que seu reduto eleitoral é o Mato Grosso do Sul, e não São Paulo.

A estratégia repete a adotada em 2022 no segundo turno da disputa ao governo paulista, quando Tebet não apoiou publicamente nem Fernando Haddad (PT), atual ministro da Fazenda, nem Tarcísio de Freitas (Republicanos), que contava com o apoio de Nunes e da ala paulista do MDB.

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