Apoiadores atendem Bolsonaro e vão à Paulista sem faixas contra o STF
Milhares de apoiadores de Jair Bolsonaro se aglomeram na Avenida Paulista neste domingo para defender ex-presidente de inquéritos no STF
atualizado
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São Paulo — Os milhares de apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) que se aglomeram desde a manhã deste domingo (25/2), na Avenida Paulista, região central de São Paulo, atenderam ao pedido do ex-presidente e foram ao ato em defesa dele sem faixas e cartazes contra o Supremo Tribunal Federal (STF) e seus ministros.
Imagens mostram a avenida lotada de pessoas vestindo roupa nas cores verde-amarelo e com bandeiras do Brasil e de Israel. A reportagem do Metrópoles percorreu trechos da via e da estação do metrô que dá acesso ao local do ato e não localizou nenhuma mensagem de ataque ao Judiciário.
A cena é bem diferente da manifestação realizada no dia 7 de Setembro de 2021, última vez em que Bolsonaro subiu em um carro de som na Avenida Paulista. Na ocasião, ele disse que não cumpriria ordens do STF, que jamais seria preso e xingou o ministro Alexandre de Moraes de “canalha”.
Desta vez, Bolsonaro convocou o ato após ele e seus aliados serem alvos de uma operação da Polícia Federal (PF) que investiga um suposto plano de golpe de Estado, que teria sido tramado em 2022. Ele nega as acusações.
No vídeo em que convocou seus apoiadores a ocupar a Avenida Paulista neste domingo para defendê-lo, divulgado há mais de dez dias, Bolsonaro pediu para que as pessoas “não compareçam com qualquer faixa ou cartaz contra quem quer que seja”.
“Nesse evento eu quero me defender de todas as acusações que têm sido imputadas à minha pessoa nos últimos meses. Mais do que discurso, (quero) uma fotografia de todos vocês (…) para mostrarmos para todo o Brasil e para o mundo a nossa união, as nossas preocupações, o que nós queremos: Deus, pátria, família e liberdade”, afirmou.
Nos atos de 7 de Setembro, quanto em 2021, quando Bolsonaro estava presente, como em 2022, quando ele enviou um vídeo, os ministros do STF, em especial Alexandre de Moraes, era os principais alvos de faixas e cartazes.
O temor do entorno de Bolsonaro é que críticas ao Supremo possam complicar ainda mais a situação do ex-presidente nos inúmeros inquéritos que ele enfrenta, resultando até em sua prisão.
Organizador do ato deste domingo, o pastor Silas Malafaia, disse ao Metrópoles que o objetivo da manifestação é defender o Estado Democrático de Direito e permitir que Bolsonaro se defenda “de acusações de pseudogolpe”. Segundo ele, não haverá ataques ao STF, mas críticas pontuais à “perseguição maldita e descabida contra Bolsonaro.”
A expectativa dos organizadores é levar mais de 500 mil pessoas à Avenida Paulista, com o intuito de mostrar ao mundo que o ex-presidente ainda tem apoio popular, apesar das suspeitas que pesam sobre ele.
Como será o ato na Paulista
O ato da Avenida Paulista está marcado para as 15h deste domingo, com concentração na esquina com a Rua Peixoto Gomide. Dois trios elétricos — o Demolidor e o Katrina — ficarão posicionados em formato de “L”. Um deles terá, no máximo, 70 pessoas, incluindo Bolsonaro, Malafaia e políticos aliados, como o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos); o outro trio tem capacidade de abrigar até 100 pessoas.
A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro deve abrir o ato com uma oração. Em seguida, discursarão os deputados federais Gustavo Gayer (PL-GO) e Nikolas Ferreira (PL-MG), e os senadores Rogério Marinho (PL-RN) e Magno Malta (PL-ES). Se quiserem, os governadores Tarcísio de Freitas (SP), Ronaldo Caiado (GO) e Jorginho Mello (SC) serão liberados para discursar. Por fim, Malafaia e Bolsonaro encerram o ato.
A Polícia Militar (PM) destacou 2 mil oficiais para reforçar a segurança na Avenida Paulista. O esquema também contará com agentes infiltrados na multidão, uso de câmeras e drones.