Apesar de affair, Tarcísio foca pauta liberal para se contrapor a Lula
Governador Tarcísio de Freitas pretende acelerar agenda liberal em São Paulo neste ano e enfatizar seu contraponto ao governo Lula
atualizado
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São Paulo — Apesar do rumoroso affair registrado no anúncio conjunto da obra do túnel Santos-Guarujá, na última sexta-feira (2/2), no litoral paulista, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) pretende imprimir um ritmo mais acelerado na sua agenda liberal em São Paulo neste ano para se contrapor ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) — ambos são considerados potenciais adversários na eleição presidencial de 2026.
Na última semana, Tarcísio destacou que seus projetos prioritários para 2024 são a consolidação do plano de privatização da Sabesp, a estatal de saneamento do estado, cujo projeto já foi aprovado pela Assembleia Legislativa (Alesp), e a aprovação de uma segunda fase da reforma administrativa, para “diminuir o tamanho do estado”, exatamente o oposto do que tem feito o presidente Lula na esfera federal.
“A gente vai preparar e tomar uma série de medidas administrativas para isso acontecer, para diminuir o custeio. Vou extinguir órgãos, vou extinguir agências, vou extinguir uma serie de coisas. Estamos fazendo prova de vida dos servidores, vou agir muito no custeio. Quero diminuir o tamanho do estado, quero um estado com mais capacidade de investir e aí melhorar a performance na questão da receita”, disse Tarcísio na última quinta-feira (1º/2).
O governador ainda não detalhou quais órgãos devem ser extintos, mas enfatizou que é preciso reduzir o custeio da máquina estadual a curto prazo por conta da queda de arrecadação do estado. Segundo aliados do governador, essa agenda liberal é o principal contraponto que Tarcísio quer fazer ao governo do presidente Lula.
O papel do estado no desenvolvimento da infraestrutura foi o único contraponto explícito na agenda conjunta de Lula e Tarcísio no dia seguinte, no Porto de Santos, para anunciar a obra do túnel no litoral paulista. O evento foi marcado por afagos do presidente da República ao governador de São Paulo e rendeu até um “convite” inusitado de uma pessoa que gritou da plateia: “Volta pro PT, Tarcísio”. O governador não se aguentou e gargalhou.
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Em seu discurso, Lula chamou a parceria com o governador bolsonarista para executar o túnel de 860 metros no litoral, uma demanda histórica da região, de “ato civilizatório”, mas fez questão de defender a manutenção do Porto de Santos, o maior do país, sob controle do estado — Tarcísio defende a privatização do porto.
“Queremos provar que esse porto, com essa autoridade portuária, vai fazer tanto mais do que qualquer empresário faria nesse país”, disse Lula. Ainda no ano passado, o presidente passou o Ministério dos Portos e Aeroportos para o Republicanos, partido de Tarcísio, com a nomeação do ministro Silvio Costa Filho, mas manteve o comando da Autoridade Portuária em Santos com Anderson Pomini, do PSB de Márcio França e Geraldo Alckmin.
