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SP: apartamento no Morumbi é 4 vezes maior do que no extremo da ZL

Apartamentos no Morumbi lideram ranking dos maiores de São Paulo, com 234 m² em média; na Cidade Tiradentes, são 51 m² por unidade

atualizado

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Vista da sacada de apartamento de mais de 300 m² na região do Morumbi, em São Paulo
1 de 1 Vista da sacada de apartamento de mais de 300 m² na região do Morumbi, em São Paulo - Foto: Divulgação

São Paulo — Os apartamentos no Morumbi, bairro nobre da zona oeste paulistana, são, em média, quatro vezes maiores do que os de Cidade Tiradentes, no extremo da zona leste da capital.

Muito além dos números e dos mais de 40 km que separam os dois bairros, essa diferença é parte dos contrastes de uma cidade gigantesca como a São Paulo.

No Morumbi, apartamentos têm, em média, 235 m², enquanto os de Cidade Tiradentes contam com 51 m². As informações fazem parte da base de dados que alimenta o Painel Cadastral de São Paulo, criado pelo Centro de Estudos da Metrópole, da Universidade de São Paulo (USP).

Entre os cinco bairros com os maiores apartamentos da capital, o único localizado na zona leste de São Paulo é a Vila Formosa, que engloba também a região do Anália Franco, onde é comum encontrar unidades com mais de 150 m².

Os maiores de São Paulo

  1. Morumbi (zona oeste) – 234,7 m²
  2. Alto de Pinheiro (zona oeste) – 176 m²
  3. Vila Andrade (zona sul) – 169 m²
  4. Campo Belo (zona sul) – 165 m²
  5. Vila Formosa (zona leste) – 164 m²

Doutorando pela Escola Politécnica da USP e pesquisador do Centro de Estudos da Metrópole, Fernando Gomes afirma que os dados se referem a unidades que estão na base do IPTU e não levam em conta aquelas que são informais, ou seja, sem registro na Prefeitura.

Os menores de São Paulo (média de área útil em m²)

  1. Cidade Tiradentes (zona leste) – 51 m²
  2. Grajaú (zona sul) – 56 m²
  3. Artur Alvim (zona leste) – 57 m²
  4. Sé  (centro) – 63 m²
  5. José Bonifácio (zona leste) – 64 m²

Segundo Gomes, quando se fala em tamanho da unidade, também se aborda qual a proporção da infraestrutura urbana, como pavimentação, água, luz, transporte, entre outros, que está sendo despendida para quem vive no local.

“A gente está falando que tem uma subutilização da infraestrutura urbana que foi feita [pelo poder público] e que todos nós pagamos com nossos impostos, no caso desses apartamentos muito grandes do Morumbi. Acho que esse é um ponto a ser levantado”, explica.

Dessa maneira, para Gomes, o fator mais relevante é o compartilhamento de toda a infraestrutura urbanística. “[Onde os apartamentos são menores], ela é compartilhada entre muito mais pessoas, em comparação com as unidades maiores”

Já a urbanista Lucila Lacreta, do Movimento Defenda São Paulo, afirma que o tamanho dos apartamentos é definido pela lei da oferta e da procura, baseada no poder aquisitivo dos clientes.

“O mercado atua na área mais central, onde a população de maior renda está. E vai permanecer assim, porque não há política pública habitacional”, explica. “Constatamos que o poder público não é autônomo como deveria ser. Quem manda é o mercado”, completa.

Segundo Lucila, entretanto, o tamanho do apartamento não é, necessariamente, determinante para a qualidade da vida da pessoa. Para alguém solteiro, sem filhos, uma unidade pequena pode ser suficiente e a mais adequada, por exemplo.

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