Apagão em SP: Nunes entra em “briga” com ministro por causa da Enel
Nunes e Silveira trocaram acusações nas redes sociais. Prefeito diz que ministro negocia com Enel, que alegou que a informação é mentirosa
atualizado
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São Paulo — O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), e o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, trocaram críticas e acusações nas redes sociais relacionadas à concessionária de energia elétrica Enel. A discussão acontece em meio ao apagão de quase dois dias que atinge a região metropolitana de São Paulo, provocado pelo temporal da última sexta-feira (11/10).
Um vídeo publicado nos perfis do prefeito diz que o ministro participou ativamente na negociação para renovar os contratos com a concessionária. “Ministro de Minas e Energia quer que a Enel continue em São Paulo. Poucas horas antes de uma forte chuva atingir São Paulo, Alexandre Silveira estava com o presidente da Enel em evento na Itália, ajustando a renovação dos contratos da Enel no Brasil”, afirma a publicação.
Desde o início da falta de luz na cidade, principalmente nas zonas oeste e sul, Nunes tem colocado a responsabilidade na companhia e no governo Lula (PT), por tratar-se de um contrato feito sob concessão federal. Ainda no sábado (12/10), ele afirmou querer “se livrar” da Enel.
O ministro Alexandre Silveira, por sua vez, rebateu as informações publicadas pelo prefeito, inclusive o comparando ao influenciador Pablo Marçal (PRTB), com quem Nunes disputou o primeiro turno das eleições municipais.
“De olho na herança eleitoral de Pablo Marçal, Ricardo Nunes se mostra um excelente aprendiz de malfeitos, ao divulgar fake news. A verdade é que participei de um fórum de debates na Itália com a presença de vários empresários e autoridades brasileiras e italianas”, afirmou Silveira.
Segundo o ministro, não houve discussão sobre a renovação da concessão da Enel. Ele disse ainda que o contrato, “que aliados do prefeito assinaram”, tem validade até 2028.
“Pergunto ao prefeito: as árvores de SP que caíram em cima das redes de energia também são de responsabilidade do governo federal? O que anda fazendo a ANEEL, agência ocupada por indicações bolsonaristas, que não dá andamento ao processo de caducidade que denunciei há meses?”, escreveu Silveira.
Na manhã deste domingo (13/10), o ministro determinou que o diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Samuel Feitosa Neto, realize uma reunião com representantes da concessionária Enel, em São Paulo. O objetivo do encontro, segundo Silveira, é a preparação de um plano de contingência “para imediata resolução da situação” dos problemas provocados pelo temporal.