Apae tem 2° funcionário investigado por desaparecimento de secretária
Um funcionário do setor de almoxarifado da Apae é investigado por participar do desaparecimento da secretária-executiva da entidade
atualizado
Compartilhar notícia
São Paulo — A Divisão Especializada de Investigações Criminais (DEIC) de Bauru, no interior de São Paulo, investiga a participação de um segundo funcionário da Apae da cidade no desaparecimento de Claudia Regina da Rocha Lobo, de 55 anos. A secretária-executiva foi vista pela última vez no dia 6 de agosto.
O Metrópoles apurou que a polícia pediu a prisão preventiva do suspeito, mas foi negado pela Justiça. O homem trabalhava no setor de almoxarifado e foi afastado durante as investigações.
Presidente suspeito
O presidente da Apae de Bauru, Roberto Franceschetti Filho, de 36 anos, foi preso temporariamente na última quinta-feira (15/8). A Polícia Civil encontrou vestígios de sangue humano e um estojo de uma pistola calibre 380 dentro de um carro onde Franceschetti esteve com Claudia.
Como mostrado pelo Metrópoles, o estojo é compatível com a arma apreendida na casa do presidente. A pistola estava descarregada em um cofre, com três carregadores, uma cartela nova de munições e três projéteis.
A Deic de Bauru trata o caso como homicídio e procura pelo corpo de Claudia, ainda desaparecido.
Segundo documento policial obtido pela reportagem, os policiais localizaram imagens de Claudia ao volante de uma GM Spin estacionando ao lado de um terreno na Rua Maestro Oscar Mendes, no Jardim Pagani, um bairro afastado de Bauru.
Fragmentos de osso
Um laudo preliminar do Instituto Médico Legal (IML) divulgado nessa quarta-feira (21/8) apontou que materiais apreendidos pela Polícia Civil de Bauru são fragmentos de ossos humanos.
Ainda não se sabe de quem são esses fragmentos. Os materiais apreendidos foram enviados ao Núcleo de Biologia em São Paulo, para confronto com as amostras de DNA já recolhidas do veículo, de pertences pessoais da vítima e de amostras da filha dela, Letícia da Rocha Lobo.
De acordo com a polícia, os fragmentos foram encontrados em um buraco na terra de uma chácara onde eram descartados e queimados materiais inservíveis da Apae, como papéis e documentos velhos.
A hipótese da polícia é de que, após matar Claudia, Franceschetti levou o corpo até o local e o incinerou. Depois disso, o carro teria sido levado por uma pessoa de confiança do ex-presidente da Apae para o local onde o carro foi encontrado pela polícia, um dia depois do desaparecimento da secretária-executiva, na Rua Alameda Três Lagoas, na Vila Dutra, em Bauru.
Entenda o caso
Em 6 de agosto, imagens de câmera de segurança flagraram a funcionária deixando o prédio onde fica o escritório administrativo da entidade, com um envelope na mão, em direção ao carro, um Spin branco (veja abaixo). Esse foi o dia em que Claudia foi vista pela última vez.
Ela saiu, sozinha, sem os documentos e o aparelho celular, e teria dito a outra funcionária da Apae que resolveria questões relacionadas ao trabalho. De acordo com o delegado Cledson Nascimento, provavelmente, o telefone ficou lá para que Claudia não pudesse ser rastreada.
“Nós conseguimos imagens em que verifica-se que ele [Roberto Franceschetti] também está no veículo com ela. Provavelmente ela o pegou numa outra região da cidade”, afirma o delegado.
As prováveis motivações para o crime não foram ainda aventadas publicamente pela polícia.
O que diz a Apae
Em nota divulgada na última quinta-feira (15/8), a Apae de Bauru informou que “se surpreendeu com a notícia do envolvimento de Roberto Franceschetti Filho no desaparecimento de Claudia Regina da Rocha Lobo, de 55 anos, funcionária da entidade”.
“A diretoria executiva vem a público esclarecer que o fato não tem relação com os serviços prestados”, diz o comunicado assinado pela nova presidente da entidade, Maria Amélia Moura Pini Ferro.
Em 8 de agosto, dois dias após o desaparecimento de Claudia Lobo, o próprio Roberto Franceschetti Filho, então presidente da Apae, assinou uma nota em que lamenta o caso. “Todo o corpo diretivo tem se empenhado em prestar o máximo auxílio necessário às autoridades competentes, que seguem empenhadas nas buscas por sua localização”, escreveu.
“A associação também está prestando apoio à família da funcionária na esperança de seu encontro”, diz o comunicado, que disponibilizou um número de telefone da polícia para quem tivesse informações.