Apae de Bauru: vítima e suspeito de morte lideravam esquema, diz MPSP
MPSP apresentou denúncia acusando o ex-presidente da Apae Roberto Franscecheti Filho e a secretária Cláudia Lobo de comandar desvios na Apae
atualizado
Compartilhar notícia
São Paulo — O Ministério Público de São Paulo (MPSP) acusa Roberto Franscecheti Filho, ex-presidente da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) de Bauru, no interior de São Paulo, réu pelo assassinato da secretária-executiva do órgão, Cláudia Regina da Rocha Lobo, de 55 anos, em agosto, e a própria vítima, de liderar um esquema de desvio de recursos públicos e privados na Apae.
Em denúncia apresentada à Justiça nessa quinta-feira (19/12), o MPSP diz que a dupla desviou, com a ajuda de outros funcionários, mais de R$ 900 mil entre 2019 e 2024.
De acordo com o texto, foi montada uma organização criminosa na Apae de Bauru “razoavelmente estruturada e hierarquizada”, com divisão de tarefas, para obter vantagem ilícita.
A Justiça aceitou a denúncia nessa quinta e tornou réus 13 pessoas por organização criminosa e peculato. Além de Roberto Franceschetti Filho, viraram réus Renato Golino, Gisele Aparecida de Camargo Tavares, Letícia da Rocha Lobo Prado, Pérsio de Jesus Prado Júnior, Ellen Siuza da Rocha Lobo, Diamantino Passos Campagnucci Júnior, Maria Lúcia Miranda, Izabel Cristina dos Santos Albuquerque, Gabriel Gomes da Rocha Rodrigues, Fernando Sheridan Rocha Moreira, Felipe Figueiredo Simões Moraes e Renato Tadeu de Campos.
Nove desses acusados, entre eles Franceschetti, já estão presos. Já Cláudia Regina da Rocha Lobo está desaparecida desde o dia 6 de agosto. A Polícia Civil confirma que ela foi morta pelo ex-presidente da Apae, que está detido desde o dia 15 de agosto.
Porém, o corpo de Cláudia nunca foi encontrado e, por isso, o atestado de óbito não foi emitido. Então, oficialmente, ela ainda é considerada viva e desaparecida.
Um vídeo de câmera de segurança mostra o momento em que ela deixa o prédio onde fica o escritório administrativo da entidade, com um envelope na mão, em direção a uma Spin Branca. De acordo com a investigação do Deic, Cláudia e Roberto estiveram no carro. O veículo também foi usado para transportar o corpo dela para a chácara no bairro Pousada da Esperança.
A investigação aponta que a secretária foi morta com um tiro dado por Franceschetti dentro de um carro da Apae. O veículo foi abandonado na região do bairro Vila Dutra, em Bauru. O ex-presidente do órgão teria chamado Dilomar Batista, funcionário do almoxarifado da associação, e o ameaçado para que ajudasse a desaparecer com o corpo. Dilomar confessou ter ajudado a queimar o corpo de Cláudia e disse que os restos mortais foram incinerados em uma área de descarte usada esporadicamente pela Apae e, quatro dias depois, ele retornou ao local para espalhar as cinzas em áreas de mata ao redor.