“Antes que alguém pergunte, não vou desistir”, diz Datena em sabatina
Candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo, José Luiz Datena disse que não vai desistir, mas afirmou também que escolheu a eleição errada
atualizado
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São Paulo — O candidato à Prefeitura de São Paulo pelo PSDB, José Luiz Datena, afirmou nesta quinta-feira (29/8), que não pretende abandonar a campanha eleitoral, embora reconheça que escolheu “a eleição errada”, depois de tantas desistências no passado. A declaração de Datena foi dada logo no início da sabatina na GloboNews.
“Antes que alguém faça a pergunta, eu não vou desistir. De cara, quero dizer que não vou desistir, apesar das pesquisas”, afirmou, citando o levantamento da Quaest, divulgado na quarta (28/8), em que aparece em quarto lugar com 12%. “Daqui a pouco, sou eleito e vão perguntar ‘você vai tomar posse, Datena?”, afirmou.
Embora tenha dito que não pretende desistir, Datena afirmou que escolheu a eleição errada, porque aparecia como alternativa à polarização, até o surgimento de Pablo Marçal (PRTB) como um fato novo na campanha. “De repente, apareceu um cara totalmente fora da curva, com o qual eu não comungo das ideias dele, muito menos da aproximação que ele parece ter com o crime organizado. Isso não me interessa. E um cara que, repito, ele brinca com a democracia, quando desvirtua os debates eleitorais, que são o melhor caminho ainda para que se escolha o candidato”, afirmou.
“É uma eleição errada, porque é mais difícil. As outras, com certeza, eu ganharia. Essa é muito difícil, ninguém sabe quem vai ganhar”, disse.
Na sequência, o apresentador da TV Bandeirantes demonstrou algum alento. “Como ninguém sabe, posso ganhar”, disse. “O que estou sentindo na rua, quando saio, é um carinho enorme da população comigo”, afirmou, sobre a sua popularidade durante as caminhadas pela capital paulista.
Apesar das ressalvas, reafirmou que pretende seguir na disputa. “Até me dispus, depois dessa pesquisa, se o partido queria tomar outro caminho, fazer coligações, que o partido tomasse as decisões”, afirmou. “O partido continua insistindo que eu sou o nome certo para ser candidato a prefeito de São Paulo”, disse. “Enquanto o partido quiser e não me sacanear, vou continuar. Tenho chance de ser eleito”, afirmou.
O apresentador também afirmou que o cargo que desejava era o de senador. “Apareceu a oportunidade de ser prefeito, e eu tinha o desejo legítimo de querer ser prefeito”, disse. “Se não for eleito prefeito de São Paulo, não vou nem tentar ser senador. Política é cansativa”, afirmou.
Pesquisas
Datena disse que não critica pesquisas, porque, quando estava à frente, “soltou rojão” e recebeu ligações de pessoas que não falavam com ele havia muito tempo. Já na queda apresentada no último levantamento, disse que “escutou um silêncio ensurdecedor”.
O apresentador também citou um motivo pela queda. “Caí nas pesquisas porque, especificamente, não fui bem no debate da Band”, disse. Mas também fez um contraponto. “Replicaram mais o problema de eu ter ido mal do que o que o Marçal demonstrou que iria fazer”, disse. “Usou todos nós como polos passivos para ele fazer o showzinho dele de internet. Quando perceberam, já era tarde”, disse. Posteriormente, disse que quem tem que parar o ex-coach é a Justiça.
Segurança urbana
Datena teve algumas idas e vindas ao falar sobre segurança urbana. Primeiro, disse que era ironia o que falou anteriormente sobre triplicar o efetivo da GCM. “Não adianta dobrar a guarda, mas tem treinar melhor aqueles que estão aí. Vou tentar aumentar o número. Talvez o que ele [Boulos] propôs, o dobro”, afirmou. “A guarda pode ser dobrada, mas precisa ser melhor treinada.”
Questionado sobre o fato de o orçamento prever R$ 1,3 bilhão para a segurança urbana, sendo R$ 945 milhões para pagamento de pessoal, refez os planos. “Se não tem dinheiro, não vou dobrar”, disse.
O candidato do PSDB defendeu o uso de fuzis por parte dos guardas, mas não para todos, porque não teria de onde tirar essas armas.
Sobre a cracolândia, Datena disse que a administração municipal não pode, sozinha, trazer uma solução. “O prefeito de São Paulo sozinho não consegue resolver o problema da Cracolândia. Todos os atores têm que ser chamados. PM, Polícia Civil, GCM, MPSP, Justiça e Polícia Federal para identificar quem são os barões do crime. Não adianta fazer guetos”, disse.