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Antes e depois: a transformação de São Paulo em imagens; confira

Fotografias históricas de nove pontos da capital ajudam a entender como São Paulo se tornou a cidade mais importante do país

atualizado

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Guilherme Gaensly / Acervo Instituto Moreira Salles
foto em preto e branco da Avenida Paulista em 1920 - Metrópoles
1 de 1 foto em preto e branco da Avenida Paulista em 1920 - Metrópoles - Foto: Guilherme Gaensly / Acervo Instituto Moreira Salles

São Paulo — A transformação da cidade de São Paulo, que hoje completa 470 anos, pode ser conferida por meio das imagens de endereços históricos ao longo dos séculos.

As mudanças em locais como a Avenida Paulista (foto de destaque, em 1920) , o Teatro Municipal e a Estação da Luz ajudam a entender o processo que levou São Paulo a se tornar a mais populosa e importante cidade do país.

Para viabilizar as comparações entre o antes e o depois de nove locais da capital, o Metrópoles recorreu a diferentes acervos e bancos de imagens. Ficam registrados especiais agradecimentos, pela cessão de fotos, ao Instituto Moreira Salles (IMS), Fundação Energia e Saneamento, site São Paulo Antiga e São Paulo Turismo (SPTuris).

Avenida Paulista

Cartão-postal máximo de São Paulo, a Avenida Paulista foi inaugurada em 8 de dezembro de 1891, ainda sem construções, mas cercada de árvores como magnólias e plátanos. Ela surgiu para estender os limites de uma região central que, naquele tempo, já dava sinais de esgotamento.

Seu idealizador foi o engenheiro uruguaio Joaquim Eugênio de Lima, que morava na capital e era casado com uma brasileira. Por ali, circulavam bondes puxados a burro, cavaleiros e carruagens.

Naquele tempo, a Paulista era a avenida mais larga e imponente da cidade, uma São Paulo que já contava com cerca de 100 mil habitantes. Em 1909, foi também a primeira via a receber asfalto. Um dos endereços mais tradicionais da avenida, o Conjunto Nacional começou a ser construído em 1952 e marca o momento em que a Paulista deixa de ser uma avenida residencial.

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Vista aérea da Avenida Paulista, em SP
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Avenida Paulista, em SP, em 1902

Guilherme Gaensly / Acervo Fundação Energia e Saneamento
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Vista aérea da Avenida Paulista, em SP

José Cordeiro / SPTuris

Com pouco menos de três quilômetros de extensão, a Paulista é, hoje, a mais famosa e icônica via da capital. Por ela, circulam diariamente cerca de 1,5 milhão de pessoas e 90 mil veículos.

Além disso, abriga mais de 150 edifícios, 17 centros culturais, quatro shoppings e pode ser acessada por três estações de metrô: a Consolação, a Trianon-Masp e a Brigadeiro, todas da Linha 2-Verde.

Vale do Anhangabaú

Durante os séculos 19 e 20, o Vale do Anhangabaú  foi área para plantação de chá, parque em estilo europeu e avenida para carros. Com a construção dos túneis, o local se tornou um parque urbano.

Na foto abaixo, a vista do Anhangabaú em 1911, pouco antes da inauguração do Teatro Municipal. Nessa época, o rio que ali existia foi canalizado e toda a área foi ajardinada. O espaço se tornou um divisor entre o centro novo e velho de São Paulo.

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Vista aérea do Vale do Anhangabaú, no centro de SP
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Vista do Vale do Anhangabaú em 1911, pouco antes da inauguração do Teatro Municipal

Aurelio Becherini / Acervo da Prefeitura de São Paulo
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Vista aérea do Vale do Anhangabaú, no centro de SP

José Cordeiro/SPTuris

Em uma reforma em 1940, foram criadas ligações subterrâneas às Praças Ramos de Azevedo e Patriarca (onde hoje está a Galeria Prestes Maia). Foi nesse período que o parque deu lugar a uma avenida, que cortava o fundo do vale e fazia a ligação norte-sul da cidade.

Em 1991, os carros foram deslocados para os túneis e foi criada uma espécie de laje, sobre a qual foi instalado um parque. A partir daí, o espaço voltou a receber pedestres e shows, com a montagem do palco embaixo do Viaduto do Chá.

Um novo projeto, já neste século, aumentou a área de pedestres e tem áreas planas e acessíveis para pessoas com baixa mobilidade. A ligação da Avenida São João, que antes era interrompida por um chafariz abandonado, agora é contínua.

Teatro Municipal

Em 12 de setembro de 1911, com a ópera de Hamlet, de Ambrósio Thomas, era inaugurado um dos mais belos espaços culturais da cidade de São Paulo. O Theatro Municipal embalava os sonhos de uma cidade que crescia com a indústria e o café e que se espelhava nos grandes centros culturais do mundo naquele início de século.

 

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Teatro Municipal de São Paulo
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O Teatro Municipal de São Paulo, visto do Teatro São José, em 1920

Guilherme Gaensly/Acervo Fundação Energia e Saneamento
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Teatro Municipal de São Paulo

Imponente e rebuscado, idealizado nos moldes do teatro da Ópera de Paris, o Theatro foi construído para satisfazer os parâmetros europeus de cultura da então aristocracia cafeeira. Os novos ricos queriam melhorar o nível da cidade e apagar as características de vilarejo de seu recente passado.

O espaço colocou São Paulo na rota das grandes óperas internacionais, que antes só se apresentavam na cidade do Rio de Janeiro. Em 1922, um evento mudou o rumo e a história de São Paulo e do Theatro Municipal: a Semana de Arte Moderna, um dos mais importantes acontecimentos artísticos brasileiros.

No evento histórico, grandes nomes da literatura, das artes plásticas e da música nacional estiveram no local, tais como Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Anita Malfati e Villa Lobos.

Hoje, o Teatro Municipal ainda traz eventos e apresentações nacionais e internacionais. Além disso, o centenário espaço coordena escolas de música e dança. Alguns de seus corpos estáveis são a Orquestra Sinfônica Municipal, Orquestra Experimental de Repertório, Balé da Cidade de São Paulo, Quarteto de Cordas da Cidade de São Paulo, Coral Lírico e o Coral Paulistano.

Estação da Luz

Construída em 1867, a Estação da Luz foi o primeiro terminal ferroviário da The São Paulo Railway. A ferrovia ligava o porto de Santos a Jundiaí para escoar, principalmente, as mercadorias provenientes da economia cafeeira.

Dez anos depois, suas linhas e instalações não mais comportavam o movimento de passageiros e cargas. A partir daí, um novo projeto foi desenvolvido para a estação, que ocuparia uma área aproximada de 7.500 m² e seria construída em material exclusivamente importado da Inglaterra.

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Estação da Luz, em São Paulo
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Estação da Luz, em São Paulo, por volta de 1902

Guilherme Gaensly/Acervo Fundação Energia e Saneamento
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Estação da Luz, em São Paulo

Daniel Deák / SPTuris

Construída em alvenaria de tijolos combinada a estruturas metálicas, a nova estação foi inaugurada em 1901. Após incêndio ocorrido em 1946, introduziu-se mais um pavimento numa das alas do edifício principal.

O edifício foi restaurado e passou a abrigar, além da estação ferroviária, o Museu da Língua Portuguesa, inaugurado em 20 de março de 2006 — o museu também foi alvo de um incêndio em 2015 e ficou seis anos fechados para obras. A reinauguração aconteceu no dia 31 de julho de 2021.

Pátio do Colégio

Marco inicial do nascimento de São Paulo, o Pátio do Colégio foi o local escolhido para iniciar a catequização dos indígenas. Em 25 de janeiro de 1554 — há 470 anos —, foi realizada, diante de uma cabana coberta de folhas de palmeira de cerca de 90m², a missa que oficializou o nascimento do colégio jesuíta.

As duas imagens abaixo revelam a transformação no centro de São Paulo em quase um século de distância. Na primeira imagem, de 1927, é possível ver as construções governamentais do Largo do Palácio — sendo a mais importante delas o Palácio do Governo.

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Pátio do Colégio, no centro histórico de SP
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Imagem do Palácio do Governo em 1927, no local onde hoje está o Pátio do Colégio, no centro de SP

Divulgação / Acervo São Paulo Antiga
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Pátio do Colégio, no centro histórico de SP

Divulgação / Acervo São Paulo Antiga

A segunda imagem, que é dos tempos atuais, mostra o local praticamente no mesmo ângulo. A fotografia traz o Pátio do Colégio, reconstruído após a demolição do palácio. Ao fundo, estão os prédios das secretarias estaduais, únicas construções da época do Palácio do Governo que permaneceram.

Cruzamento das avenidas Ipiranga e São João

Promovida à condição de avenida em 1934, a Ipiranga em 1936 (primeira foto abaixo) era uma via estreita. A duplicação começou anos mais tarde, com a demolição de dezenas de edificações para seu alargamento. Ao fundo, é possível ver o Edifício Martinelli ainda isolado — na foto mais recente, ele aparece timidamente ao lado do Edifício Altino Arantes (Farol Santander).

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Cruzamento das avenida Ipiranga e São João, centro de SP
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Cruzamento das avenida Ipiranga e São João, centro de SP, em 1936

Divulgação / Acervo São Paulo Antiga
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Cruzamento das avenida Ipiranga e São João, centro de SP

Divulgação / Acervo São Paulo Antiga

Quando o Altino Arantes foi construído, em 1947, foi comparado ao Empire State Building, de Nova York, nos Estados Unidos. Naquela época, com 40 andares, era o prédio mais alto de São Paulo.

A segunda foto, atual, mostra que o leito da Avenida Ipiranga fica exatamente onde os imóveis comerciais assobradados do lado direito da foto foram demolidos. No lado esquerdo também foi demolida a área onde os veículos da foto antiga estão estacionados.

Avenida Pompeia

Em abril de 1914, a Companhia Urbana Predial anunciava o loteamento que daria origem à Vila Pompeia, na zona oeste da capital. O bairro foi construído principalmente por imigrantes que chegaram ao Brasil no início do século 20.

Na época, italianos, portugueses, espanhóis, japoneses e alemães eram atraídos para o trabalho assalariado nas indústrias que surgiam na região, como a Companhia Melhoramentos, a Santa Marina e as Indústrias Matarazzo.

A avenida Pompeia passou a fazer parte do circuito de vias principais da cidade. Na foto abaixo, de 1972, é possível ver que a movimentada avenida mantinha o córrego aberto. Também era possível ver o posto de gasolina (lado direito da imagem) que existe até hoje. Naquela época, uma parte da via já era duplicada, embora coberta por paralelepípedos.

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Avenida Pompeia, bairro Pompeia, em SP
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Avenida Pompeia, bairro Pompeia, em SP, em 1972

Divulgação / Acervo São Paulo Antiga
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Avenida Pompeia, bairro Pompeia, em SP

Divulgação / Acervo São Paulo Antiga

Na foto tirada no mesmo local em 2020, é possível ver que a casa da direita foi demolida para o alargamento da avenida. O córrego já não existe mais e o número de prédios no horizonte aumentou consideravelmente.

Rua Turiassu

Com cerca de três quilômetros de extensão, a Rua Turiassu, em Perdizes, zona oeste da cidade, foi fundada em 1897, sendo a primeira via do bairro a receber um nome indígena, uma marca da região.

Uma imagem histórica proveniente de um anuário de obras da Prefeitura de São Paulo mostra a aplicação de novo calçamento da Rua Turiassu, no cruzamento com a Rua Itapicuru, em Perdizes, em 1928.

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Rua Turiassu, no cruzamento com a Itapicuru, em Perdizes
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Rua Turiassu, no cruzamento com a Itapicuru, em 1928, São Paulo

Divulgação / Acervo São Paulo Antiga
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Rua Turiassu, no cruzamento com a Itapicuru, em Perdizes

Divulgação / Acervo São Paulo Antiga

A imagem antiga flagra operários colocando na via paralelepípedos, que estão empilhados ao fundo. Os trabalhos também incluem a instalação de  guias e o nivelamento dos terrenos, segundo o anuário.

Na foto atual, os paralelepípedos deram lugar ao asfalto, mas é possível observar que algumas construções ainda permanecem na região.

Escola Politécnica

Fundada em 1893, a Escola Politécnica foi criada antes da própria Universidade de São Paulo (USP) — que só abriria as portas 41 anos depois, em 1934, também num 25 de janeiro, há exatos 90 anos. Na época, a Poli integrou o esforço do governo em oferecer uma universidade pública à população.

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Antigas instalações da Escola Politécnica de São Paulo
Vista aérea da Escola Politécnica da USP
Fachada da Escola Politécnica da USP,  a Poli, em São Paulo
Prédio do Biênio, Escola Politécnica da USP
Fachada do Tanque de Provas Numérico da Escola Politécnica da USP, a Poli
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A Escola Politécnica no ano de sua fundação, em 1893; a Poli foi a primeira escola de engenharia do Estado de São Paulo

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Antigas instalações da Escola Politécnica de São Paulo

Acervo Universidade de São Paulo / Poli
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Vista aérea da Escola Politécnica da USP

Cecília Bastos/USP Imagem
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Fachada da Escola Politécnica da USP, a Poli, em São Paulo

Cecília Bastos/USP Imagens
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Prédio do Biênio, Escola Politécnica da USP

Fábio Durand / USP Imagens
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Fachada do Tanque de Provas Numérico da Escola Politécnica da USP, a Poli

Marcos Santos/USP Imagens

Dirigida por Antônio Francisco de Paula Souza, engenheiro formado na Alemanha e na Suíça, a Poli se baseou no modelo da Politécnica de Zurique, a ETH Zürich, instituição de excelência na área até hoje.

Na época, a escola oferecia três cursos de engenharia: civil, industrial e agrícola. Além disso, era ministrado o curso anexo de artes mecânicas.

Atualmente, a USP é considerada a melhor universidade brasileira da América Latina. A Poli, por sua vez, é referência nacional em engenharia. A escola oferece 17 cursos de graduação, agrupados em quatro grandes áreas da engenharia: civil, elétrica, mecânica e química.

A unidade da Cidade Universitária possui, ao todo, 152.525m² de extensão, dividida em 26 prédios, inúmeros laboratórios, salas de aula e bibliotecas.

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