“Angústia e tristeza”, diz pai de vítima da queda de helicóptero
Sidney Souza dos Santos, de 65 anos, pai de Luciana Rodzewics, 45, e avô de Letícia Ayumi, 20, diz que família está sem saber o que fazer
atualizado
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Paraibuna (SP) – Familiar de duas vitimas do acidente de helicóptero em Paraibuna, no interior paulista, Sidney Souza dos Santos, de 65 anos, pai de uma das vítimas, está resignado com a confirmação da morte de todos os ocupantes da aeronave que desapareceu no dia 31 de dezembro.
“Foram muitos dias de angústia e tristeza. A família estava sem chão, sem saber o que fazer”, disse, ao chegar ao ponto de apoio das buscas, montado em um hotel, que fica a cerca de três quilômetros de onde o helicóptero caiu.
Sidney é pai de Luciana Rodzewics, 45, e avô de Letícia Ayumi, 20. Também estavam na aeronave o piloto Cassiano Teodoro, de 44 anos, e o passageiro Raphael Torres, 41. Todos morreram no acidente.
“Felizmente o helicóptero Águia, da Polícia Militar, conseguiu encontrar”, afirmou o familiar. “Eu já estava me sentindo impotente. Minha mulher estava à base de remédios… A gente não trabalha, não come, não se alimenta, não dorme”, disse. “Graças a Deus encontrou agora”.
Foram 12 dias de desaparecimento. Sidney relata que, na noite anterior, chegou a planejar procurar a família naquela mata. “Eu vim para cá”, disse. “Mas a área é muito grande e isso assusta. Fiquei rezando”.
Cerca de 30 voluntários, entre policiais aposentados, bombeiros civis e maqueiros, faziam buscas junto com a família.
O acidente
O helicóptero modelo Robinson 44 desapareceu na Serra do Mar, no dia 31 de dezembro. Morreram no acidente o piloto Cassiano Teodoro, 44 anos, e os três passageiros: Raphael Torres, 41; Luciana Rodzewics, 45; e Letícia Ayumi, 20.
A aeronave partiu do Campo de Marte, na capital paulista, em direção a Ilhabela, no litoral norte, na véspera do Ano-Novo. O último registro no radar havia sido por volta de 15h20 do dia 31 de dezembro. Pouco antes de a aeronave desaparecer, Letícia enviou mensagens ao namorado avisando sobre as más condições climáticas. Ela gravou um vídeo em que o helicóptero aparece totalmente coberto por neblina, sem visibilidade.
A análise dos celulares havia sido feita pela equipe de aviação da Polícia Civil ao longo dessa quinta-feira (11/1). Segundo o delegado Paulo Sérgio Reis Mello, diretor do Departamento de Operações Policiais Estratégicas (Dope), apenas com tempo favorável, o que ocorreu na quinta, esse trabalho foi possível.
“Para fazer uma triangulação e encontrar o local dos celulares, é preciso três antenas [de telefonia móvel]. Lá, tinha só uma, e virada para outro lado”, disse o delegado.
Por isso, os policiais precisavam fazer voos na região para identificar as localizações prováveis dos celulares. Eles traçaram um cone, a partir da Rodovia dos Tamoios, na altura do km 54, que seguia por um raio de 12 quilômetros em cada um dos lados.
Esse direcionamento foi repassado para o Comando da Aviação da Polícia Militar (PM) na tarde de quinta-feira, e as equipes planejaram uma busca mais minuciosa a partir da manhã desta sexta-feira.
O cone traçado pela Polícia Civil foi dividido em cinco quadrantes. Em cada um deles, os helicópteros das polícias fariam voos específicos, com menor velocidade e altura. No segundo quadrante, por volta das 9h15, os PMs encontraram os corpos.