Alunos fazem abaixo-assinado contra retorno de Janaína Paschoal à USP
Estudantes de Direito da USP se manifestam contra o retorno de Janaína Paschoal, professora licenciada, após o fim de seu mandato na Alesp
atualizado
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São Paulo – Estudantes da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP) prepararam um abaixo-assinado contra o retorno da deputada estadual Janaína Paschoal (PRTB-SP) ao quadro de docentes da instituição.
“Consideramos que Janaína Paschoal tem dado uma contribuição indecente para o país. Foi a responsável por fundamentar juridicamente o processo de impeachment contra a ex-presidente Dilma Rousseff e, em 2018, apoiou e surfou a onda bolsonarista para alcançar um mandato na Assembleia Legislativa de São Paulo”, diz o texto.
Professora da universidade, Janaína se licenciou para assumir uma cadeira na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), após a eleição de 2018, na qual recebeu mais de 1 milhão de votos. Ela não conseguiu se eleger ao Senado em 2022 e já manifestou interesse em voltar a lecionar depois do fim do seu mandato, em março deste ano.
Bolsonarismo
O abaixo-assinado foi elaborado pelo Centro Acadêmico XI de Agosto, que afirmou ter recebido com “perturbação” a notícia de que Janaína quer retornar à USP.
A agremiação diz que, enquanto apoiadora do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), a deputada foi uma das poucas docentes a não assinar a carta pela democracia, lida no ano passado no Largo São Francisco, onde fica a faculdade de Direito, durante a campanha eleitoral.
“Desde que se tornou uma das lideranças e a principal fiadora jurídica da extrema-direita, Janaína abandonou os valores democráticos que devem permear as salas de aula da principal instituição de ensino jurídico do país”, diz o texto.
O grupo finaliza o abaixo-assinado com a seguinte frase: “As nossas salas de aula se tornaram grandes demais para você”.
Procurada pelo Metrópoles, Janaína afirmou que seu eventual retorno à instituição colabora com a pluralidade de visões necessária a uma universidade.
“Entendo que será muito salutar para a comunidade franciscana voltar a conviver com a divergência. A sociedade é plural. Por conseguinte, o ambiente universitário também precisa ser”, disse.