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Aluno da PUC preso por sequestro ameaçou GCM e mostrou pênis a escrivã

Fernando de Souza das Neves, aluno da PUC, foi preso acusado sequestrar um colega de faculdade em dezembro do ano passado, em SP

atualizado

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oto colorida de estudante da PUC-SP sendo preso por suposta participação em sequestro de outro aluno - Metrópoles
1 de 1 oto colorida de estudante da PUC-SP sendo preso por suposta participação em sequestro de outro aluno - Metrópoles - Foto: Divulgação/Polícia Civil

São Paulo — Preso na última quarta-feira (20/3), acusado de participar do sequestro de um aluno de direito da Pontifícia Universidade Católica (PUC), em dezembro passado, na capital, o estudante de fonoaudiologia Fernando de Souza das Neves, de 42 anos, tem um histórico de comportamento violento, com ameaças, desacato e ato obsceno.

Em 2019, ele chegou ao ponto de mostrar o pênis e urinar em frente a uma escrivã da Polícia Civil, quando prestava depoimento em uma delegacia de Campinas, no interior paulista. No início daquele ano, ele ameaçou o gerente de uma unidade do supermercado Extra, na mesma cidade, segundo denúncia do Ministério Público de São Paulo (MPSP), obtida pelo Metrópoles.

A Guarda Civil Municipal (GCM) foi acionada na ocasião e Fernando se apresentou aos agentes como advogado, argumentando que os guardas não poderiam abordá-lo. Em seguida, de acordo com a denúncia da Promotoria, ele desacatou os guardas, que o prenderam e o levaram até a delegacia.

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Jovem de 19 anos foi agredido com chutes
Sequestradores exigiram R$ 20 mil para libertar a vítima
Aluno de direito foi mantido por cerca de 24 horas em cativeiro
Vítima foi ameaçada com arma de fogo
Estudante da PUC-SP é preso por suposta participação em sequestro de outro aluno
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Estudante da PUC-SP é preso por suposta participação em sequestro de outro aluno

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Jovem de 19 anos foi agredido com chutes

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Sequestradores exigiram R$ 20 mil para libertar a vítima

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Aluno de direito foi mantido por cerca de 24 horas em cativeiro

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Vítima foi ameaçada com arma de fogo

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Tapas no próprio rosto

Fernando foi encaminhado sem algemas à delegacia, onde começou a estapear o próprio rosto, afirmando, segundo o MPSP, que “pretendia informar à Corregedoria que estava sendo agredido”. Por causa disso, ele foi algemado.

Ainda na delegacia, ele xingou uma GCM feminina de “cadela, vagabunda e vadia”. As ofensas também foram dirigidas aos guardas masculinos, chamados de “viados e filhos da puta”.

Pênis e urina

Quando prestava depoimento a uma escrivã, Fernando teria novamente mentido que era advogado, recusando-se a dar o nome e dados pessoas, e xingado a policial.

“Além disso, ele se debatia e chutava as paredes, tendo retirado o órgão genital na frente da escrivã e urinado na sala onde estava”, diz a denúncia do MPSP.

Ainda segundo o documento, Fernando ameaçou um GCM, afirmando que iria descobrir o endereço dele “para matá-lo” e que iria “estuprar a esposa” do guarda.

Fontes policiais afirmaram, em sigilo, que o aluno de fonoaudiologia da PUC  é conhecido no bairro onde mora, o Capão Redondo, pelo comportamento agressivo. Foi nesse bairro, na rua de sua casa, que um imóvel foi usado para manter em cativeiro, por cerca de 24 horas,  o estudante de direito sequestrado.

Alunos da PUC também comentaram sobre o histórico agressivo de Fernando, incluindo “problemas com seus colegas de sala”, por meio das redes sociais, logo após a prisão do estudante.

Um vídeo compartilhado por um perfil de alunos (assista abaixo), em novembro do ano passado, mostra Fernando brigando em um Centro Acadêmico da instituição.

 

Briga na Ceagesp

Em 15 de fevereiro deste ano, Fernando registrou um boletim de ocorrência, no qual consta como vítima, alegando ter sido agredido por um segurança da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), na Vila Leopoldina, zona oeste paulistana.

Ele relatou à Polícia Civil que trabalhava irregularmente como carregador no local, desde 28 de dezembro do ano passado, de onde saiu para comprar cigarros. Quando retornou, teria sido impedido de entrar na Ceagesp, por uma funcionária da portaria. Ele teria insistido em entrar, alegando trabalhar no local, até que um segurança se aproximou e supostamente o agrediu com um soco.

Em seu relato, o segurança afirmou ter sido acionado para ajudar a funcionária da portaria, que discutia com Fernando.

“Foi quando a vítima [Fernando] resistiu e começou a falar que estava sendo agredido”, acrescentou o segurança, negando qualquer violência, física ou verbal, contra o então carregador.

O sequestro

Fernando e o aluno de direito, de 19 anos, foram abordados por criminosos, em 5 de dezembro de 2023, quando estavam na Rua Carlos Caldeira, após usar um carro de aplicativo, com o qual saíram da Avenida Guilherme Dumont Vilares, na região do Campo Limpo, na zona sul.

A vítima e Fernando foram levados até a Rua Gustavo Paiva, no Capão Redondo, ainda na zona sul, onde foram mantidos em um cativeiro. Um vídeo foi enviado à família do rapaz de 19 anos (assista abaixo), no qual ele e o aluno de fonoaudiologia são ameaçados e agredidos. A quadrilha exigia R$ 20 mil à família do aluno de direito, para libertá-lo.

Sem pagamento

O delegado Fabio Nelson Fernandes, da Divisão Antissequestro (DAS), afirmou ao Metrópoles, na manhã dessa quinta-feira (21/3), que a polícia ajudou a família da vítima a negociar com os sequestradores. “Por isso, nenhum resgate foi pago e os criminosos libertaram a vítima”.

Até então, o aluno de direito acreditava que Fernando também havia sido vítima do sequestro, que durou cerca de 24 horas. As investigações da Polícia Civil, porém, desmascararam o outro aluno.

Mentiras reveladas

A vítima relatou à DAS, segundo o delegado divisionário, que Fernando afirmava morar na região do Itaim Bibi, bairro nobre da zona oeste paulistana. As investigações, no entanto, levantaram que ele, de fato, residia no Capão Redondo, bairro periférico do extremo sul da capital.

Com base nas mentiras atribuídas a Fernando, as investigações conseguiram ligá-lo ao planejamento e execução do sequestro do aluno de direito.

Além dele, foi preso nessa quarta-feira Jeferson Gustavo Oliveira da Silva, 24 anos, e aprendido um adolescente de 16, ambos suspeitos de envolvimento no sequestro. A defesa deles não foi localizada. O espaço segue aberto para manifestações.

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