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Aluno morto: Justiça manda escola apresentar imagens antes de suicídio

Justiça deferiu pedido da família de aluno de 14 anos para provar suposto bullying. Escola tem dois dias para apresentar registros

atualizado

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Reprodução/ Redes Sociais
Imagem colorida de protestantes. Metrópoles
1 de 1 Imagem colorida de protestantes. Metrópoles - Foto: Reprodução/ Redes Sociais

São Paulo — A Justiça paulista deferiu pedido para que o Colégio Bandeirantes, na zona sul de São Paulo, apresente imagens e sons ambiente dos 60 dias anteriores ao suicídio de um aluno bolsista de 14 anos, ocorrido no mês passado. A escola foi notificada nessa quinta-feira (5/9) e tem dois dias para fornecer o material.

A família do estudante havia solicitado acesso a imagens do circuito interno da escola, na última terça-feira (3), para provar que o adolescente sofria bullying no ambiente escolar. Ele chegou a enviar um áudio para a mãe e estudantes do colégio de elite, no qual descrevia ataques verbais que sofria. Segundo os pais, o jovem era hostilizado por ser gay, negro e de origem humilde.

“A escola toda é monitorada, e as gravações podem registrar o movimento interno, a expressão corporal [do adolescente], se ele sofria algum tipo de pressão”, afirmou Anivaldo dos Anjos, um dos advogados que representa a família, ao Metrópoles.

De acordo com advogado, a partir das imagens é possível avaliar se houve ato infracional, como racismo e bullying, e se a responsabilidade pode recair sobre a instituição.

“Há todas as normativas constitucionais que a escola tem que trabalhar, principalmente com aluno de origem pobre”, disse.

O advogado afirmou que o objetivo inicial da ação não é obter indenização para a família, por se tratar de “um dano irreversível”. “Efetivamente não é objetivo final, mas não seria pecado [pedir indenização]”, disse.

Em nota enviada ao Metrópoles após a morte do aluno, o Colégio Bandeirantes disse que “toda a comunidade escolar está profundamente abalada com essa perda irreparável”. A instituição afirma ter oferecido “apoio e solidariedade” à família e aos amigos do adolescente.

A família nega que tenha sido procurada pela escola, segundo os advogados.

Busque ajuda

O Metrópoles tem a política de publicar informações sobre casos ou tentativas de suicídio que ocorrem em locais públicos ou causam mobilização social, porque esse é um tema debatido com muito cuidado pelas pessoas em geral. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que o assunto não venha a público com frequência, para o ato não ser estimulado.

O silêncio, porém, camufla outro problema: a falta de conhecimento sobre o que, de fato, leva essas pessoas a se matarem. Depressão, esquizofrenia e uso de drogas ilícitas são os principais males identificados pelos médicos em um potencial suicida – problemas que poderiam ser tratados e evitados em 90% dos casos, segundo a Associação Brasileira de Psiquiatria.

Está passando por um período difícil? O Centro de Valorização da Vida (CVV) pode ajudar você. A organização atua no apoio emocional e na prevenção do suicídio, atendendo voluntária e gratuitamente todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo, por telefone, e-mail, chat e Skype, 24 horas, todos os dias.

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