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Aluno diz à polícia que planejava ataque havia 2 anos, inspirado em Massacre de Suzano

Adolescente de 13 anos detalhou à polícia como planejou ataque a faca que matou uma professora e deixou quatro feridos em escola de SP

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aluno que matou professora deixa delegaciia
1 de 1 aluno que matou professora deixa delegaciia - Foto: Fabio Vieira/Metrópoles

São Paulo – O estudante de 13 anos que matou uma professora esfaqueada e feriu outras quatro pessoas em um ataque a uma escola estadual de São Paulo, na manhã desta segunda-feira (27/3), afirmou em depoimento à polícia ter planejado o atentado por dois anos, inspirado nos massacres de Suzano, na Grande São Paulo, em 2019, e de Columbine, nos Estados Unidos, em 1999.

A professora Elisabeth Tenreiro, de 71 anos, morreu após ser atingida por dez golpes de faca pelo estudante. Outras três professores e um aluno ficaram feridos — três já tiveram alta e uma segue internada. O aluno foi contido por uma professora de Educação Física dentro da sala de aula e depois apreendido pela Polícia Militar e levado para a delegacia.

Em depoimento prestado na tarde desta segunda-feira, na presença dos pais, o estudante afirmou que sentia tristeza “há muitos anos” e que há aproximadamente dois anos ele passou a ter ideias “de se vingar” com o intuito de “acabar com toda a angústia que sentia.”

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Pais chegam desesperados em escola onde adolescente de 13 anos entrou nesta manhã e esfaqueou quatro pessoas
Aluno que matou professora sai da delegacia
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Ataque ocorreu na escola Escola Estadual Thomazia Montoro

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Pais chegam desesperados em escola onde adolescente de 13 anos entrou nesta manhã e esfaqueou quatro pessoas

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Polícia Militar na escola onde ocorreu o ataque

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Testemunhas contam o terror que viveram

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Maria do Livramento, mãe de aluno

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Guilherme Derrite, secretário de Segurança Pública, durante entrevista para a imprensa

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Renato Feder, secretário de Educação, durante entrevista para a imprensa

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O adolescente disse que sofria bullying por causa de sua aparência física na Escola Estadual Thomázia Montoro, onde o crime ocorreu, na Vila Sônia, zona oeste de São Paulo, e em outras unidades de ensino onde ele estudou anteriormente.

Relatou que era chamado de “rato de esgoto” e, por isso, brigou e xingou um colega de escola de “macaco” na semana passada. O estudante disse ainda que a professora assassinada por ele nesta segunda-feira foi quem apartou a briga na ocasião.

Ao ser questionado sobre o que seria a “vingança”, o aluno de 13 anos respondeu que sua “vontade era matar pessoas, aproximadamente umas duas, e depois se matar”, segundo trecho do depoimento ao qual o Metrópoles teve acesso.

No depoimento, ele contou ao delegado que se inspirou em outros massacres ocorridos em escolas, principalmente no Massacre de Suzano, em março de 2019, no qual dois estudantes mataram sete pessoas e depois se suicidaram. No ataque desta segunda ele usava uma máscara de caveira semelhante à utilizada pelos assassinos naquele atentado.

Arma de fogo

Ainda em seu depoimento, o aluno de 13 anos afirmou que “sua vontade” era realizar o atentado “com uma arma de fogo.” Ele diz que tentou adquirir uma pela internet durante os últimos dois anos, mas acrescentou que “seus planos sempre falharam.”

Como ele não conseguiu a arma de fogo, o aluno decidiu colocar seu plano em ação com uma faca.

“Há uma semana, [o adolescente] estava muito ansioso para agir logo e acabar o mais rápido [possível] com tudo. Ontem, domingo, pensou ‘de amanhã não passa'”, diz trecho do depoimento.

Ainda no domingo (26/3), afirma o estudante, ele pegou a maior faca encontrada na cozinha de casa e guardou-a junto com a máscara e roupa que seria usada no ataque.

Quando acordou, nesta segunda-feira, o jovem tirou e postou fotos segurando a faca usada no crime, em um perfil no qual ele usa o sobrenome de um dos envolvidos no Massacre de Suzano.

As imagens eram legendadas com a afirmação de que ele iria fazer “uma baguncinha na escola.”

Ele acrescentou ao delegado que ecolheu as vítimas aleatoriamente. “Apenas queria atingir a vários e se matar em seguida”, diz trecho do depoimento.

Suspensão

O adolescente apreendido disse ter sido suspenso da Escola Estadual José Roberto Pacheco, porque estava trocando videos sobre massacres em escolas com outro aluno.

O Metrópoles revelou que a direção da unidade de ensino alertou a polícia sobre o “comportamento suspeito” do estudante, um mês antes do atentado desta segunda-feira, por meio de boletim de ocorrência.

No documento, a escola afirma que o adolescente de 13 anos vinha “apresentando um comportamento suspeito nas redes sociais, postando vídeos comprometedores como, por exemplo, portando arma de fogo, simulando ataques violentos”.

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