Aluna da USP acusada de desviar R$ 1 mi vira ré por golpe em lotérica
Justiça aceitou a denúncia de fraude numa lotérica contra Alicia Muller; aluna da USP também é acusada de dar golpe em comissão de formatura
atualizado
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São Paulo — A aluna de medicina Alicia Dudy Muller, de 26 anos, tornou-se ré pela segunda vez após a Justiça paulista aceitar a denúncia de fraude no pagamento de bilhetes de loteria, em São Paulo. Ela já responde a um processo de estelionato, no qual é acusada de desviar quase R$ 1 milhão de sua comissão de formatura na Universidade de São Paulo (USP).
A denúncia do Ministério Público de São Paulo (MPSP) foi recebida em 29 de novembro do ano passado, mas foi confirmada pelo Tribunal de Justiça (TJSP) nesta sexta-feira (26/4). O processo tramita em segredo de justiça.
Segundo a denúncia, a estudante foi até uma lotérica, em julho de 2022, na zona sul da capital paulista, e tentou apresentar um comprovante de Pix de R$ 891,50 para pagar uma aposta de R$ 891,5 mil.
A funcionária do estabelecimento já havia formalizado apostas no valor R$ 193,8 mil quando desconfiou da estudante. Alicia havia feito apenas um agendamento da quantia, com valor mil vezes menor que o das apostas realizadas.
O Metrópoles entrou em contato com a defesa de Alicia Muller, mas não obteve resposta até a publicação desta matéria. O espaço segue aberto para manifestações.
Desvio de R$ 927 mil
Alicia Dudy Muller virou ré pelo desvio de R$ 927 mil dos fundos para custear a festa de formatura em março deste ano. Ela era a presidente da comissão de formandos quando realizou os desvios.
De acordo com o inquérito da Polícia Civil, ao fazer saques, ela não respeitou o estatuto da associação formada pela comissão, que previa que qualquer movimentação no dinheiro deveria receber o aval do tesoureiro do grupo, o que não ocorreu.
A arrecadação do dinheiro ficava a cargo de uma empresa contratada pela comissão. Os saques foram feitos sem o conhecimento dos outros alunos, segundo a investigação. A denúncia afirma que Alicia solicitava as transferências diretamente à empresa, alegando que agia em nome da comissão.
De acordo com o MPSP, os desvios foram feitos entre os dias 25 de novembro e 20 de dezembro de 2022. A aluna foi denunciada por oito crimes consumados de estelionato, além da tentativa frustrada na lotérica.